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Juiz plantonista Ricardo Sales liberta José Melo, acusado de envolvimento em corrupção na Operação da PF

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JUSTIÇA- O ex-governador do Amazonas, José Melo (PROS), e os ex-secretários de Fazenda, Afonso Lobo, e de Saúde, Wilson Alecrim, foram postos em liberdade na manhã desta quarta-feira (27).

Melo foi preso no último dia 21, na Operação Estado de Emergência, deflagrada pela Polícia Federal. Já Afonso Lobo e Wilson Alecrim foram presos dias antes, na segunda fase da Operação Maus Caminhos, denominada Custo Político.

Lobo e Alecrim vão cumprir prisão domiciliar, por determinação do juiz Ricardo Sales, da 3ª Vara Federal do Amazonas e plantonista.

O ex-secretário estadual de Administração e irmão de José Melo, Evandro Melo, e Raul Zaidan, ex-chefe da Casa Civil, também já foram beneficiados com prisão domiciliar.

Todos são réus no processo em que o médico Mouhamad Moustafa figura como chefe da organização criminosa que roubou mais de 110 milhões de reais da Saúde no Amazonas.

Maus Caminhos

A investigação da Operação Maus Caminhos apontou que a movimentação financeira do ex-governador do Amazonas, José Melo (PROS), é considerada incompatível com sua renda. Ele teria recebido dinheiro em espécie do médico Mouhamad Moustafa, apontado como o chefe do esquema que desviou recursos destinados à saúde pública.
A participação de Melo no esquema foi identificada por meio de conversas telefônicas interceptadas entre o irmão do ex-governador, Evandro Melo, e Mouhamad Moustafa. Ex-secretários de governo também foram presos durante a Maus Caminhos.
“Nota técnica da CGU [Controladoria-Geral da União] aponta indícios de enriquecimento de José Melo, especialmente em virtude da aquisição de um imóvel de alto valor, avaliado em cerca de R$ 7 milhões, além de reformas vultuosas em sítio também de sua propriedade”, informou comunicado do MPF.
Em 2016, a primeira fase da Operação Maus Caminhos desarticulou um grupo que possuía contratos firmados com o governo do estado para a gestão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Campos Sales, em Manaus; da Maternidade Enfermeira Celina Villacrez Ruiz, em Tabatinga; e do Centro de Reabilitação em Dependência Química (CRDQ) do Estado do Amazonas, em Rio Preto da Eva. A gestão dessas unidades de saúde era feita pelo Instituto Novos Caminhos (INC), instituição qualificada como organização social.
As investigações que deram origem à operação demonstraram que dos quase R$ 900 milhões repassados, entre 2014 e 2015, pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS) ao Fundo Estadual de Saúde (FES), mais de R$ 250 milhões teriam sido destinados ao INC.
A apuração indica, ainda, o desvio de R$ 50 milhões em recursos públicos, além de pagamentos a fornecedores sem contraprestação ou por serviços e produtos superfaturados, movimentação de grande volume de recursos via saques em espécie e lavagem de dinheiro pelos líderes da organização criminosa.


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