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Solidão exposta: Wilson perde no legislativo, judiciário e TCE manda PF investigar gastos no governo

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O posicionamento do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Ari Moutinho Júnior, que criticou abertamente a postura do governador Wilson Lima (PSC), nesta quarta-feira, 6, pelo fato de o chefe do Poder Executivo estadual ter vetado a “lei do gás natural”, expõe a “solidão política” a que Lima tem enveredado nos últimos 30 dias.

Justamente neste período, o avanço da pandemia do coronavírus no Amazonas, que trouxe à tona a fragilidade do sistema de saúde do Estado, é o responsável por revelar a imaturidade gerencial de Wilson e Carlos Almeida Filho (PRTB) e, a inabilidade de conduzir a crise institucional a que o governo está mergulhado.

Com um processo de impeachment em andamento na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) e, outros pedidos protocolados na casa solicitando o afastamento do governador e vice, a relação entre o Executivo – sob a condução de Lima – e o Judiciário e o Legislativo se mostra bastante fragilizada.

E essa fragilidade se revela nas sucessivas derrotas que o governo têm sofrido nestes dois poderes: primeiro, brigando com o Judiciário, quando desobedece decisões em que lhes são imputadas e, de forma reativa, desafia a autoridade judicial, a exemplo do que aconteceu no episódio do aluguel do Hospital de Retaguarda Nilton Lins, que motivou uma nota de repúdio da Associação Amazonense dos Magistrados (Amazon).

Em menos de 20 dias, Wilson contabilizou diversas derrotas na Justiça e, conseguiu atrair para seu governo, de forma negativa, o rigor dos Ministérios Públicos do Estado, Federal, do Trabalho, que cobram transparência de sua gestão nos gastos relacionados à Covid-19.

Depois, com o Legislativo, cuja crise institucional ficou mais aguda no início de abril, após o presidente da Assembleia, deputado Josué Neto (PRTB), aprovar em regime de urgência e sob a passividade da ala governista o projeto da lei do gás, vetado por Wilson Lima na última segunda-feira, 4.

Neste período de tempo, a Assembleia aprovou um pedido de intervenção federal na saúde, enviou uma carta ao Ministério da Saúde pedindo mais rigor na fiscalização das ações do governo no combate ao coronavírus, aceitou um dos inúmeros processos de impeachment contra Wilson e Carlos e, ensaia derrubar o veto à lei do gás.

Para corroborar com esse ‘inferno astral’ por qual Wilson atravessa, o Tribunal de Contas do Estado instaurou uma comissão especial para analisar as contas da Secretaria de Saúde do Estado (Susam) no que tange às medidas e gastos direcionados ao combate do coronavírus, e chegou até a aprovar o afastamento da titular da pasta, Simone Papaiz, caso o governo não cumprisse com o prazo estabelecido pelo órgão em apresentar as informações solicitadas.

Aliado a isso, ao analisar uma representação contra um decreto do governador, que concede isenção tributária à empresa do ramo de gás, Eneva, o conselheiro Ari Moutinho Júnior, solicitou que a Polícia Federal e o MPF investiguem o governo de Wilson Lima por suspeitas de “graves improbidades” cometidas pelo Estado.

No auge de uma crise sanitária sem precedentes na história, quando o Amazonas está a horas de completar dez mil infectados pelo novo coronavírus e mil mortos pela doença, o povo amazonense assiste, atônito, o desenrolar dos acontecimentos e um isolamento cada vez mais evidente do governo do Estado.

Fonte: O Poder


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