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Hackers desenvolvem novos serviços e produtos para bancos

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RIO – Hackers e bancos nunca tiveram um bom relacionamento, mas isso está mudando. Há três anos, a organização Open Bank Project organiza o “Hack the bank”, maratona hacker — conhecida como hackathon — para o desenvolvimento de novas tecnologias para o setor financeiro. Já foram realizadas 18 edições do evento em diversas cidades do mundo. Durante um fim de semana, cerca de cem pessoas, entre programadores e profissionais do setor bancário, se reúnem para bolar ideias para novos produtos e serviços que facilitem a vida dos clientes.

— No fim, todos saem ganhando — diz Ismail Chaib, diretor de operações do Open Bank Project. — Os programadores podem desenvolver soluções, os bancos conhecem as tecnologias, e os clientes ganham novos serviços.

O último hackathon foi realizado em janeiro, em Dublin, na Irlanda. A ideia vencedora foi a de um aplicativo de smartphone para crianças e adolescentes gerenciarem suas mesadas. Uma outra ideia, premiada no “Hack the Bank” em Londres, no ano passado, propõe um assistente financeiro para ajudar os clientes a poupar. A ferramenta analisa o histórico de transações e, quando houver uma sobra, emite um alerta perguntando se a pessoa deseja fazer algum investimento.

Para Chaib, esse é o futuro do setor bancário. Atualmente, todos os grandes bancos oferecem ferramentas on-line e aplicativos para o gerenciamento de contas, mas as soluções são padronizadas, sem foco em necessidades particulares. O aplicativo para mesadas, por exemplo, é interessante para quem tem filhos; já o de poupança, para pessoas com o orçamento apertado.

— No futuro, os bancos terão um conjunto de aplicativos, cada um para determinado fim — opina Chaib. — E isso abre oportunidades para desenvolvedores independentes e start-ups. Os bancos são muito grandes para atenderem todos os nichos.

OPORTUNIDADES NO BRASIL

O colombiano David Vélez, com passagens pelo Goldman Sachs, Morgan Stanley, General Atlantic e pelo fundo de investimentos Sequoia Capital, enxergou uma dessas oportunidades no Brasil. Há cerca de dois anos ele lançou o Nubank, algo como um banco virtual que mantém todo o relacionamento com o cliente por meio de um aplicativo para celular. A plataforma, voltada para o público jovem, já recebeu mais de um milhão e meio de pedidos de cartões.

— Os bancos são grandes demais. Eles não conseguem começar um produto do zero, recriar serviços que ofereçam mais facilidade para o usuário final — afirma Vélez.

E o setor bancário está de olho nessas novidades. O Bradesco mantém o programa InovaBRA, de incentivo a start-ups do setor de tecnologia financeira.

— Estão surgindo muitas ideias no campo dos serviços financeiros — diz Marcelo Frontini, diretor do Departamento de Inovação do Bradesco — Em vez de tratarmos como competidores, queremos que sejam prestadores de serviços para os nossos clientes.


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