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Turismo brasileiro já perdeu mais de R$55 bilhões e registra a pior fase da história

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Brasil – O turismo brasileiro registrou prejuízo de R$ 55,6 bilhões em 2020. Esse foi o pior resultado da série histórica, iniciada em 2011. Os dados foram divulgados pela Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) com base nos dados nacionais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O setor foi o mais impactado pela pandemia de covid-19, que restringiu o fluxo de pessoas, comércio e serviços no mundo. Os serviços tombaram 7,8%, o pior resultado da série histórica. Com os confinamentos sociais impostos pela crise sanitária, o turismo recuou -36,7% em relação a 2019.

Gráfico de comparação da queda no setor turístico brasileiro. (Reprodução/Poder 360)

O faturamento do turismo, segundo a Fecomercio-SP, foi de R$ 113,2 bilhões no ano passado, uma queda de 33% em comparação com 2019. A CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) avalia que o turismo deixou de faturar R$ 261 bilhões no ano passado. A situação continuou em janeiro: o montante de R$ 13,35 bilhões deixou de entrar nos cofres das empresas do setor.

A estimativa da entidade cruza informações pelas pesquisas conjunturais e estruturais do IBGE, além de séries históricas referentes aos fluxos de passageiros e aeronaves nos 16 principais aeroportos do país.

Nos 3 anos anteriores a pandemia, o turismo estava em processo lento de recuperação depois da crise econômica de 2015 e 2016. De 2017 a 2019, o crescimento médio anual foi de 1,8%. O percentual não foi suficiente para o setor recuperar as perdas registradas depois de 2014 –o melhor ano para o setor, com faturamento de R$ 188 bilhões.

Pandemia

De 2010 a 2014, o turismo brasileiro cresceu 4,3% ao ano, em média. Considerando este ritmo, o faturamento de 2020 estaria girando em R$ 230 bilhões, ou 103% a maios do que foi concretizado.

No ano passado, a pandemia impactou fortemente os 6 segmentos do setor que são analisados. O transporte aéreo teve o maior impacto negativo: caiu 50,8% em comparação com o ano anterior. Do total da queda no faturamento (-33%) no ano, o ramo influenciou negativamente com 16,2 pontos percentuais. O faturamento acumulado do setor aéreo somou R$ 26,6 bilhões.

A queda era esperada pelo mercado financeiro. As aeronaves chegaram a ter diminuição de 95% na oferta de assentos no auge das medidas de isolamento social.

O faturamento dos serviços de alojamento e alimentação tiveram queda de 36% em 2020 contra 2019. Somou R$ 32,7 bilhões. O recuo representa uma queda de 10,9 ponto percentual. Ainda há restrições para operação de hotelaria, bares e restaurantes.

Outras quedas foram de atividades culturais, recreativas e esportivas (-27,6%), transporte terrestre (-12,9%) e locação de meios de transporte, agências e operadoras de turismo (-12,1%).

O transporte aquaviário foi o único que cresceu 9,3% no ano. O faturamento foi de R$ 377,5 milhões –valor considerado quase nulo para todo o setor.

A Fecomercio-SP afirmou que as restrições do fluxo de pessoas voltaram a se intensificar na 2ª onda da pandemia de covid-19. De acordo com a entidade, para que as empresas consigam sobreviver, será necessário acesso ao crédito. Disse que as empresas do turismo devem ser incluídas num novo programa como o Pronampe.

O programa foi criado para socorrer micros e pequenas empresas durante a pandemia e os financiamentos têm prazo de 36 meses.

“Enquanto não houver vacinação em grande escala o turismo nacional não se recuperará de forma sustentável. As companhias aéreas voltam a reduzir a sua oferta de voos a partir de fevereiro por conta do aumento dos casos de contaminação. O que torna um dificultador para a cadeia e o setor deve continuar no ritmo negativo pelo menos no primeiro trimestre do ano”, disse a federação.

Metodologia 

O estudo é baseado nas informações da Pesquisa Anual de Serviços com dados atualizados com as variações da Pesquisa Mensal de Serviços, ambas do IBGE. Os números são atualizados mensalmente pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e foram escolhidas as atividades que tem relação total ou parcial com o turismo. Para as que têm relação parcial, foram utilizados dados de emprego ou de entidades específicas para realizar uma aproximação da participação do turismo no total.

Com informações da Revista Cenarium. 

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