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Via Varejo inaugura centro de distribuição no Rio para reduzir custos

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RIO – Diante dos efeitos da recessão sobre o comércio, a Via Varejo decidiu antecipar planos para economizar nas despesas de operação e entregar mais rapidamente no estado. Maior empresa do setor, a dona de Ponto Frio e Casas Bahia vai inaugurar um novo centro de distribuição no Rio e, assim, unificar suas entregas com as da CNova, braço de comércio eletrônico do Grupo Pão de Açúcar, ao qual as duas companhias pertencem.

A previsão inicial era unir as estruturas em 2017, mas a demanda mais fraca fez a empresa rever o projeto. A expectativa é reduzir custos fixos em 20% e variáveis, como frete, em 45%. O novo centro começa a operar entre o fim de agosto e o início de setembro.

Hoje, a Via Varejo tem um centro de distribuição em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, enquanto a CNova conta com um em Campo Grande, Zona Oeste do Rio. Com o novo centro, que também ficará em Campo Grande e empregará 700 pessoas, o galpão atual da CNova será desativado. O de Caxias continuará operando.

A Via Varejo vai investir R$ 5 milhões na nova unidade, apenas com infraestrutura, segundo a empresa antecipou ao GLOBO. A construção foi feita a partir de um contrato de built to suit, uma espécie de aluguel de longo prazo, neste caso, de 15 anos. A companhia não revelou o valor desembolsado.

ÍNDICE DE RETORNO MAIS BAIXO

A maior economia será da CNova. Atualmente, a empresa precisa enviar pedidos ao centro de distribuição de um operador logístico, como os Correios ou transportadoras privadas, o que aumenta o custo do frete. Ao unir a estrutura com a Via Varejo, a companhia poderá usar a estrutura da gigante, que já tem experiência em entregas.

Para a Via Varejo, o principal benefício será desafogar o centro de Caxias. Segundo Edgard Filho, diretor de Logística da empresa, a expectativa é baixar o índice de retorno — porcentagem de entregas que voltam ao centro de distribuição — hoje em até 5,5%, para cerca de 3,5% . A expectativa também é diminuir o prazo de entrega de compras em lojas físicas e de encomendas on-line.

— Com uma nova operação, a gente coloca essas rotas mais próximas dos consumidores dessas regiões — conta o diretor.

Para analistas, o movimento faz sentido.

— Quando a gente analisa outros modelos do mesmo tamanho, a ideia de um centro de distribuição único faz muito mais sentido. É uma tendência — comenta Luiz Fernando Barbieri, coordenador de Gestão Estratégica por Processos do Ibmec/RJ.

Para o consultor de varejo Claudecir Miranda, sócio da Enéas Pestana & Associados, o modelo compensa:

— Com contrato de longo prazo, você não precisa pegar empréstimo, estendendo prazo com fornecedores. Dinheiro em caixa faz uma diferença enorme.


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