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Produção de etanol está no limite da capacidade, diz ANP

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RIO – O Brasil chegou ao limite de capacidade da produção do etanol, afirmou nesta terça-feira o superintendente adjunto de Abastecimento da Agência Nacional do Petróleo, Rubens Freitas. As vendas internas de etanol hidratado (aquele que sai da bomba nos postos) saltaram 37,5% no ano passado ante 2014, para 17,8 bilhões de litros. Jás as da gasolina recuaram 7,3%.

As vendas internas de gasolina e etanol estão sempre muito relacionadas. Isso porque, quando cai o preço do etanol, o consumidor dá preferência ao combustível da cana-de-açúcar e consome menos gasolina. Foi o que ocorreu no ano passado.

— A maior venda de etanol contribuiu para o menor consumo da gasolina, o que ajudou a reduzir as importações da gasolina. Mas diria que estamos no limite da capacidade de produção de etanol. Se não houver investimento e a economia voltar a crescer… — disse Freitas em evento da ANP, no Rio.

Em 2015, houve reajuste do preço da gasolina e os governos estaduais reduziram a tributação sobre o etanol, fatores que elevaram a competitividade do combustível feito a partir da cana. No cenário internacional, o preço do açúcar também não estava tão atraente, permitindo ao produtor incrementar a produção do etanol.

Sem o aumento da oferta de etanol e com a retomada do crescimento econômico daqui a alguns anos, o consumo de gasolina deve voltar a crescer e não vai encontrar no país muitas brechas de elevação da produção, uma vez que os investimentos em novas refinarias pela Petrobras, como Comperj e as Premium no Nordeste, estão suspensos. A saída será a importação.

ESTABILIDADE EM 2016

Segundo Freitas, o Brasil pode atingir a marca de 1 milhão de barris de derivados importados em dez anos. Desse total, cerca de 400 mil seriam de gasolina. Ele avalia que o governo deve licitar novos terminais portuários para movimentação de combustíveis ou ampliar os atuais com o objetivo de evitar gargalos no futuro.

Hoje, quase dois terços da gasolina importada e metade do diesel chegam pelo Porto de Itaqui, em São Luís (MA). Outros portos relevantes para a importação de gasolina são os de Suape (PE) e Santos (SP). No caso do diesel, além desses dois, o porto de São Sebastião (SP) também é uma porta de entrada.

Para 2016, o diretor da ANP Waldyr Barroso prevê estabilidade nas vendas de derivados, que no ano passado alcançaram volume de 141,8 bilhões de litros, queda de 1,9% ante 2014. O diesel seguiu a tendência de queda da gasolina e recuou 4,7%. Barroso acredita que apenas o etanol poderia apresentar alta significativa nas vendas novamente, o que vai depender da safra de cana.


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