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‘Para voltar a crescer é preciso reformas’, diz Thiago Carlos, do banco UBS

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RIO – Um dos poucos a acertar a variação do PIB no primeiro trimestre, o economista do banco UBS Thiago Carlos afirma que a queda do investimento reduziu a capacidade de crescimento da economia brasileira para algo entre 1,5% e 2%. Mas, para voltar a avançar neste ritmo, o Brasil precisa de reformas.

O que explica a queda menos intensa do PIB?

As exportações cresceram fortemente, e as importações caíram, o que trouxe forte contribuição positiva do setor externo.

Como será o impacto?

O câmbio depreciou bastante e começa a ajudar as exportações. Nem investimentos nem consumo devem se recuperar rapidamente, então o setor externo deve ser o principal impulso da economia.

Como vê o consumo?

O desemprego vai continuar aumentando, e a renda real caindo. Assim, ainda demora para o consumo voltar a crescer. Quem sabe teremos alguma estabilidade em 2017.

Como o investimento compromete a economia?

Ele é fundamental para garantir ganhos de produtividade e afeta o PIB potencial (capacidade da economia de crescer), que foi reduzido para algo entre 1,5% e 2%. Em 2010, falava-se até em 4%. Mas mesmo para voltar a crescer a 2% é preciso um ciclo de reformas estruturais.

Qual é o cenário para os próximos anos?

Esperamos uma recessão de 3,5% em 2016 e um crescimento de 0,8% do PIB em 2017. Não existe mágica. Só é possível conseguir estabilidade da dívida pública com reforma da Previdência e limite dos gastos do governo.

A economia brasileira já passou pelo pior?

O PIB não chegou ao piso, ainda se espera uma queda adicional, mas já se vê luz no fim do túnel. Indicadores de confiança já mostram melhora, o que é importante para trazer alguma estabilidade.


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