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Odebrecht obtém reforço de caixa de R$ 625 milhões

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RIO – O Grupo Odebrecht, investigado pela Operação Lava-Jato e diante de um amplo processo de reestruturação financeira, anunciou ontem medidas em uma de suas empresas para reforçar o caixa e dar continuidade aos investimentos. Ao todo, a Odebrecht TransPort, companhia de mobilidade urbana, rodovias e aeroportos, como o Galeão, no Rio de Janeiro, terá um reforço de caixa de R$ 625 milhões com a emissão de papéis e a venda de suas participações em concessões no Rio e em São Paulo.

Ontem, a Odebrecht TransPort anunciou que vai emitir, por parte de sua subsidiária Odebrecht Rodovias, debêntures privadas (títulos de dívida) no valor de R$ 350 milhões. A operação, que ainda está em fase de avaliação por parte de seu Conselho de Administração, terá um prazo de cinco anos. Ainda não há uma data definida para fazer a emissão.

A companhia informou ainda que a subsidiária Odebrecht Rodovias acertou com a CCR a venda de sua fatia de 33,3% na concessionária ViaRio, no Rio de Janeiro. A CCR já tem 33,3% do consórcio ao lado da Invepar (controlada pelos fundos de pensão das estatais), com outros 33,3%. A via expressa, que será inaugurada nos próximos dias, liga a Barra da Tijuca a Deodoro e conecta as maiores instalações dos Jogos Olímpicos, como a Vila dos Atletas, o Parque Olímpico e o Parque Radical.

Além da ViaRio, a Odebrecht também está vendendo outro ativo. O grupo informou que a outra subsidiária da Odebrecht TransPort, chamada Montgomery, recebeu da CCR uma proposta para comprar sua fatia de 15% na ViaQuatro — a concessionária da Linha 4 Amarela de metrô em São Paulo, que liga o Centro à Zona Oeste. Até então, a CCR tinha 60% da ViaQuatro, ao lado da RuasInvest (com 15%) e Mitsui (10%). A venda da ViaRio e da ViaQuatro vão reforçar o caixa do grupo em R$ 275 milhões.

FOCO EM PROJETOS DE CARTEIRA

Em comunicado, o diretor financeiro da Odebrecht TransPort, Marcelo Felberg, disse que “a crise econômica e a forte retração do crédito disponível para financiar projetos obrigaram a reavaliação das opções estratégicas associadas à alocação de capital e diversidade de negócios”. Assim, o “foco”, acrescentou, “será nos projetos em carteira com controle acionário ou participação significativa”.

Apesar das iniciativas para reforçar caixa com a venda de ativos, que faz parte da reestruturação, a Odebrecht TransPort descarta a hipótese de uma recuperação judicial. A companhia ressalta que, no ano passado, a receita líquida chegou a R$ 1,9 bilhão, uma alta de 59,7% em relação ao ano anterior. Destacou ainda que o fluxo de caixa operacional, medido pelo Ebitda, foi de R$ 806,9 milhões em 2015, avanço de 92,6%.


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