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Juro médio a pessoa física chega ao recorde de 70,8% ao ano

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BRASÍLIA – Mesmo sem aumentar o nível de inadimplência, as famílias brasileiras têm de lidar com uma um cenário cada vez pior quando o assunto é pegar empréstimos. Por causa da recessão econômica, os bancos estão retraídos e querem emprestar menos, com juros maiores, prazos mais curtos e lucro mais altos. Nesse cenário, a taxa média cobradas de pessoas físicas chegou a 70,8% ao ano em abril: a mais alta já registrada pelo Banco Central.

Esse é o custo para as famílias que pegam empréstimos com recursos livres (sem contar financiamento da casa própria). No mês anterior, essa taxa estava 69,2% ao ano, já era a maior desde o início da série histórica que começou em março de 2011.

Essa alta foi influenciada por uma disparada do custo do cheque especial. Num único mês, a taxa média cobrada pelos bancos subiu 7,9 pontos percentuais e chegou a 308,7% ao ano.

— Esses empréstimos devem ser feitos com muita cautela e por um período muito curto de tempo — aconselha o chefe do departamento econômico do BC, Túlio Maciel.

A concessão de novos empréstimos com recursos livres para famílias caiu 4,6% no mês passado. Foram concedidos R$ 137,7 bilhões em abril. E os financiamentos estão cada vez mais curtos. O prazo médio caiu de 51,2 meses para 50,9 meses. Os chamados spreads bancários – a diferença entre o custo do dinheiro para os bancos e as taxas cobradas dos clientes, percentual que inclui os lucros – subiram de 55 pontos percentuais para 57,3 pontos percentuais no mês passado.

A inadimplência não causou essa alta. O nível de calote dos financiamentos com recursos livres para pessoas físicas ficou estável em 6,2%. O índice está congelado nesse patamar desde dezembro do ano passado.

— Está bem comportada a inadimplência das famílias neste quadro que nós estamos — analisa Maciel.


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