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Dívida pública cai em janeiro e atinge R$ 2,74 trilhões

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BRASÍLIA – A dívida pública federal, que reúne tudo que o país deve em território nacional e no exterior, atingiu em janeiro R$ 2,74 trilhões, uma queda de 1,54% em relação ao resultado de dezembro. A diminuição foi puxada, sobretudo, por uma queda na dívida mobiliária interna brasileira, que recuou 1,63%. A dívida externa, por sua vez, teve um aumento de 0,04%. O dado do endividamento do país foi divulgado no dia em que o país perdeu o grau de investimento (selo de bom pagador) na avaliação da última agência de risco que o mantinha, a Moody’s. As outras duas grandes agências já haviam rebaixado o país.

O custo médio da dívida pública — um dos indicadores de qualidade do estoque — aumentou nos 12 meses terminados em janeiro: foi de 16,07% ao ano em dezembro para 16,44%. O aumento do custo é puxado, entre outros fatores, pela valorização do dólar frente ao real (de 3,53% em janeiro). Quando considerada somente a dívida mobiliária externa, por exemplo, a alta da divisa americana fez o custo do estoque saltar de 49,35% ao ano em dezembro para 54,59 ao ano em janeiro.

A maior parte dos títulos da dívida interna está nas mãos de instituições financeiras, 23,28%, número menor do que o apresentado em dezembro, de 25,01%. As demais participações tiveram incremento. O grupo Previdência possui 22,49% dos papéis. Os fundos de investimento detêm 19,86% da dívida e os estrangeiros, 18,91%. Com o rebaixamento do grau de investimento do país pela terceira agência de classificação de risco, o Brasil corre o risco de ter, nos próximos meses, uma fuga de investidores, sobretudo porque alguns fundos de investimento não têm permissão para aplicar em países que não possuam o selo de bom pagador.

A composição da dívida pública em janeiro apresentou um quadro diferente do planejado pelo Tesouro Nacional no Plano Anual de Financiamento (PAF). Os títulos prefixados, que devem se manter um patamar entre 31% e 35% do total do estoque, ficaram em 36,08% em janeiro. Os papéis vinculados a índices de preços, que pelo PAF devem estar entre 29% e 33%, chegaram ao patamar de 33,63%. Já os títulos vinculados à taxa flutuante ficaram abaixo do esperado (entre 30% e 34%) e atingiram 24,78% da dívida.

Outro indicador de qualidade da dívida, o prazo médio também aumentou e passou de 4,57 anos para 4,76 anos. Nesse caso, quanto maior o prazo, melhor.


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