Secretário de Iranduba, “Gilberto do Cão”, é acusado de tentar extorquir empresários para financiar campanha de Omar Aziz em 2022; veja vídeo
Amazonas – Secretário do município do Iranduba, Gilberto Alves de Deus, é acusado de estar cobrando um montante que totaliza cerca de R$ 50 milhões a empresas donas de lotes de terras na região. De acordo com o secretário, após a falta de pagamento de ISS (Imposto Sobre Serviço), o valor deixou de ser arrecadado das incorporadoras nos últimos cinco meses. Além disso, as empresas não estariam dispostas a pagar a renovação do alvará para construção.
Segundo Gilberto, lotes de terra estão sendo vendidos de forma irregular. “Tem muita gente vendendo dizendo que o condomínio está todo legalizado e não está. Inclusive, no IPAAM (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas), no setor de Meio Ambiente! Tem condomínios que nós estamos embargando porque não estão atendendo à legislação do Meio Ambiente!”, afirmou Gilberto de Deus.
Porém, de acordo com relatos de populares, o que Gilberto alega não é verdade. Um vídeo postado nas redes sociais do prefeito Augusto Ferraz (DEM), mostra a indignação de um homem identificado como Mellody, que seria responsável pelo loteamento Tropical. No vídeo, o homem afirma ter trabalhado com o atual prefeito e chama o secretário de “Gilberto do Cão”.
Veja:
Outra revolta dos empresários seria o aumento abusivo e sem justificativa do valor da renovação do alvará, que saltou de R$ 4 mil, para até R$ 2 milhões. Segundo fontes na prefeitura, tanto o prefeito Augusto Ferraz quanto o secretário Gilberto de Deus, procuraram o diretor presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), Juliano Valente para solicitar o embargo de obras de incorporadoras naquele município, no entanto, após receber uma resposta negativa resolveram agir por conta própria embargando o andamento de obras nos terrenos.
Segundo a 1ª turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), julgou, por unanimidade, que não há incidência de ISS sobre incorporação imobiliária, ou seja, quando a construção do imóvel se der pelo incorporador em terreno próprio, pois nesta hipótese atua como construtor, e não prestador de serviço, já que dentro desta jurisprudência não há como prestar serviços a si mesmo. A decisão ocorreu em 15 de setembro de 2020, o que derruba a imposição do secretário Gilberto de Deus.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Iranduba e com o IPAAM, mas não obteve retorno até a noite deste sábado (25).
Bastidores
Segundo informações de bastidores, o objetivo da arrecadação predatória do secretário Gilberto de Deus, é fomentar financeiramente a campanha política do senador Omar Aziz (PSD), que foi nada menos que o padrinho político de Augusto Ferraz para ser alçado à prefeitura de Iranduba. Gilberto é apontado como o prefeito postiço no município, onde ele toma todas as decisões, inclusive supostamente decide sobre contratações e quem vencerá licitação.
Além das incorporadoras, o polo de cerâmica e até restaurantes estão sendo afetados com as medidas do secretário, que já começou a refletir também nos empregos. Em conversa com a reportagem, um dos empresários relatou que já demitiu 15 pessoas. Mesmo com a grave crise econômica que o país passa, por conta da pandemia de Covid-19, que afetou o comércio e serviços, a ganância pelo poder e dinheiro ainda predominam.
Iranduba retrocedeu a Era do Coronelismo, no entanto, está sendo comandado por um “capitão do mato” que vive nos esgotos da casa grande.
* Com informações do Laranjeiras FM