Prefeitos do interior do Amazonas ostentam dinheiro público com festas enquanto o povo padece com a seca
Amazonas – Em algumas cidades do interior do estado do Amazonas, críticas estão sendo feitas aos prefeitos por destinarem grandes somas de dinheiro para festas e atrações artísticas de repercussão nacional, ao passo que o estado atravessa um período de seca intensa que já prejudica 60 dos 62 municípios da região. A falta de foco nas necessidades essenciais da população tem provocado indignação entre os habitantes, que enfrentam a escassez de recursos hídricos e outros desafios decorrentes da estiagem.
No caso de Humaitá, o prefeito José Cidenei Lobo, conhecido como Dedei Lobo, despendeu a quantia de R$ 260 mil para a apresentação do cantor Mano Walter na XXIV Exposição Agropecuária marcada para o dia 14 de outubro na cidade. Entretanto, a região está em estado de “Alerta” conforme a Defesa Civil do Estado do Amazonas, devido à seca que já afeta aproximadamente 111 mil habitantes.
Outra cidade onde a prioridade do prefeito são festas é Manacapuru. O líder Betaniel D’Angelo, mais conhecido como Beto D’Ângelo, contratou o espetáculo do cantor Zé Vaqueiro pelo montante de R$ 490 mil para a I Feira Agropecuária de Manacapuru. Apesar de o município também se encontrar em estado de “Alerta” segundo a Defesa Civil do Amazonas, o evento está agendado para os próximos dias.
Em Barreirinha e Parintins a situação se replica. Apesar de ambos os locais estarem em estado de “Alerta”, os prefeitos decidiram prosseguir com a realização de eventos festivos. Em Barreirinha, está planejada a 16ª edição da Exposição e Feira Agropecuária, que terá a apresentação do cantor Tarcísio do Acordeon. Já em Parintins, o município celebrará os 171 anos da Ilha tupinambarana com o show do cantor Zé Vaqueiro.
Ainda que sob a classificação de “situação de Emergência”, o município de Tabatinga não ficou de fora das contratações de artistas. O prefeito Saul Nunes Bemerguy também optou por investir R$ 500 mil na contratação do cantor Zé Vaqueiro para se apresentar no município. A falta de priorização na resolução dos problemas derivados da estiagem tem gerado questionamentos quanto à administração dos recursos públicos e à falta de sensibilidade com a população que enfrenta as consequências da escassez de água.
Frente à grave situação enfrentada pelo estado do Amazonas, a decisão dos prefeitos de investir em festas e espetáculos tem sido severamente criticada pela população. Diante desse panorama, é crucial que os prefeitos priorizem medidas emergenciais para atenuar os impactos da estiagem.