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Fausto Júnior lança desafio a Aziz: ‘convença o povo que não foi investigado pela PF ou doe os R$80 mil pras vítimas de pedofilia!’

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Fausto Júnior lança desafio a Aziz: "ou convence o povo que não foi investigado ou doa os R$80 mil pras vítimas de pedofilia!"

Manaus – Nesta quinta-feira (9/12) em coletiva de imprensa, o deputado estadual Fausto Jr. (MDB) lançou desafio em resposta à sentença que cobra o pagamento de R$ 80 mil ao senador Omar Aziz (PSD) por tê-lo chamado de ‘corrupto’ e ‘escória social’. Fausto defendeu-se explicando que suas opiniões se baseiam nas investigações da Polícia Federal que tem como alvo o senador Aziz e que possui imunidade parlamentar para expressar opiniões que a população gostaria de manifestar.

Em seguida, o deputado estadual lançou os desafios ao senador Omar Aziz: “Primeiro prove para população, que o senhor não foi investigado pela PF e não está envolvido em escândalos de corrupção, inclusive com o passaporte restringido. E o outro desafio, não vou aceitar que esse valor vá para o seu bolso, mas se você aceitar que esse valor vá para IACAS ( Instituto de Assistência à Criança e ao Adolescente Santo Antônio), que é uma instituição séria que defende as vítimas de pedofilia do Estado do Amazonas, eu não vou recorrer.

Veja a coletiva na íntegra:

Defesa

O deputado Fausto Jr. enfatiza as informações contidas no relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde produzida na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) revelam os esquemas de “contratos indenizatórios” para desvio de recursos de Saúde do Estado e cita as operações da Polícia Federal que tem como alvo o senador Omar Aziz: “Maus Caminhos”, “Operação Cashback” e “Operação Vertex”.

Indireta

A segunda parte do desafio do deputado Fasto Jr. pode fazer menção a um inquérito antigo que circula sobre declarações do ex-senador Arthur Virgílio para Omar Aziz.

Em meados de 2004, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre exploração sexual, e casos investigados pelo Congresso Nacional, terminaram em absolvição ou acabaram descartados pelo Ministério Público. O mais rumoroso deles envolvia a suspeita do então candidato à reeleição, Omar Aziz (à época no PMN), tivesse se envolvido em programa com uma adolescente de 15 anos, em 2003, quando era vice-governador. Ele nega.

Em junho de 2021 o caso foi relembrado, com o ex-senador Virgílio Neto escrevendo em suas redes sociais uma nota chamando o senador Omar Aziz de “malandro municipal” e afirmou que o parlamentar é uma das pessoas mais perversas que ele já conhecera. “Ele nunca mostra a cara, porque se alimenta de um cardápio bizarro, realmente cruel: a intriga. A pedido de sua mãe, respeitável e querida senhora, aceitei, acreditando somente nela, envolver-me na luta da CPI da Pedofilia. Minha não interferência seria sua morte política, uma dura condenação penal e a desmoralização completa.

Denúncias e Perseguição

Em junho, quando foi convidado para se manifestar como relator da CPI da Saúde realizada pela Assembleia Legislativa do Estado em 2020, Fausto Junior acusou Omar Aziz de instrumentalizar a CPI do Senado. Segundo o deputado, o senador estava “criando tempestades para depois barganhar calmarias” e se disse preocupado com os “maus caminhos que a Comissão está tomando”, em referência à operação Maus Caminhos, que investigou esquema de fraudes em contratos na saúde pública do estado.

 

Fausto Jr. e Omar Aziz entram em embate em CPI do senado – Foto: Agência Senado

Fausto Jr. e Omar Aziz entram em embate em CPI do senado – Foto: Agência Senado

Fausto Junior afirmou ainda que, antes de 2020, foi em 2011, na gestão de Omar Aziz como governador do estado, que começou o uso de contratos indenizatórios na Secretaria de Saúde do Amazonas, o deputado irritou o senador. Segundo Fausto, os contratos, que não possuem qualquer tipo de fiscalização ou controle, movimentaram R$ 50 milhões naquele ano.

“Os contratos indenizatórios são usados em situações emergências, como em calamidades, porém viraram habituais a partir de 2011, o que favoreceu o desvio de recursos públicos na Saúde”, disse o deputado.

Em retaliação, o presidente da CPI Omar Aziz ameaçou envolver familiares do deputado na apuração da CPI da Covid, pedindo quebra dos sigilos bancário e fiscal da conselheira do TCE-AM (Tribunal de Contas do Amazonas) Yara Lins, mãe do deputado estadual e suas empresas. A ação fortaleceu os argumentos de instrumentalização da comissão, aumentando os sentimentos de repulsa à triade Omar Aziz, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues, ao mesmo tempo que aproximou Fausto Junior da bancada aliados do presidente Bolsonaro, que ganhou espaço para defender a família contra as retaliações de Aziz.

Outros alvos

As perseguições, segundo o deputado Fausto, não acontecem apenas a ele. “Essa perseguição não começou a acontecer apenas comigo, mas com outras 80 pessoas ao qual o senador Omar procura a Justiça, e incita a Justiça ao erro, ao tentar intimidar as pessoas que tentam se rebelar contra as práticas dele”.

Jr. ressalta também que acredita na Justiça do Amazonas e deve recorrer à decisão caso não seja cumprido desafio: ” Eu acredito na Justiça do Amazonas e ela não vai permitir que haja esse tipo de censura para com as pessoas que não concordam coma as práticas da velhas política que o senador Omar tanto pratica”.

Ameaças

Na coletiva de imprensa desta quinta-feira (9/11), o deputado Fausto Jr. também revelou que as ameaças de morte se intensificaram através de ligações e mensagens anônimas recebidas. Além disso, o parlamentar revela que tentaram atropelar pessoas próximas a sua família.

“Todo tipo de recado de forças ocultas, digamos assim, aconteciam. E é importante que eu tenha noticiado isso também para a Polícia, para que a gente consiga elucidar isto. E eu até espero que  não seja realmente nada que tenha haver com a questão política entre o senador Omar e eu. Mas é importante que a população saiba.”, deixou registrado o deputado Fausto Jr.

Processo

A Justiça do Amazonas condenou o deputado estadual Fausto Júnior (MDB) a indenizar o senador Omar Aziz (PSD) por calúnia e danos morais. A decisão da juíza Maria Eunice do Nascimento, da 9ª Vara Cível do estado, determinou que o parlamentar pague R$ 30 mil ao senador, mais a correção monetária e jutos de 1% ao mês a contar da sentença. Os outros R$ 50 mil, Fausto precisaria desembolsar por não ter recorrido em tempo hábil à liminar que determinou a retirada do conteúdo das redes sociais.

 


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