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‘Farra com dinheiro do povo’: prefeito Beto D’Ângelo ostenta R$ 490 mil com show de Zé Vaqueiro em Manacapuru

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Amazonas – O prefeito Beto D’Ângelo vai tirar R$ 490 mil dos cofres públicos para bancar o show do cantor Zé Vaqueiro em Manacapuru. O artista será atração nacional na I Feira Agropecuária do município e a Ratificação de Inexigibilidade de Licitação nº 003/2023 foi assinado e publicado nesta terça-feira (26) no Diário Oficial da Associação Amazonense de Municípios (AAM).

O contrato foi realizado de forma direta entre a Prefeitura de Manacapuru e a empresa Zé Vaqueiro Original Music LTDA, de CNPJ nº 39.415.957/0001-34. Os recursos financeiros usados para a contratação do artista são da própria prefeitura, destinados a eventos culturais.

O cantor vai se apresentar no dia 14 de outubro no município. Inclusive somente neste ano, Zé Vaqueiro já recebeu dinheiro das prefeituras de Alvarães, Tabatinga e Rio Preto da Eva para apresentações em festivais locais.

A I Feira Agropecuária de Manacapuru (ExpoManacá) vai acontecer entre os dias 11 e 15 de outubro no Centro Cultural Parque do Ingá. Além de Zé Vaqueiro, as atrações Wanderley Andrade, Dieguin Damasceno, Deal e o cover da Marília Mendonça, a cantora Jéssica Lima. A Prefeitura não divulgou os valores de contrato dos demais artistas.

Embora seja um evento para Manacapuru, o valor exorbitante para a contratação do artista não agradou o povo, que reivindica o mínimo de assistência básica para o município.

Escândalos com o dinheiro público 

Mais um episódio de corrupção abalou a cidade de Manacapuru, onde a gestão do prefeito Beto D’Ângelo (Republicanos), está no centro de mais uma polêmica. A operação “Compadrio”, conduzida pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM), resultou na prisão temporária de funcionários públicos da SEMEC (Secretaria Municipal de Educação) e no bloqueio de impressionantes R$ 4,3 milhões em bens e valores. A operação, que desvendou um esquema de desvio de recursos no município, cumpriu seis mandados de prisão temporária e seis de busca e apreensão. As investigações apontaram que um grupo de servidores públicos e seus familiares vinha desviando verbas destinadas à educação, prejudicando diretamente o ensino municipal.

O montante de R$ 4,3 milhões foi bloqueado por determinação da Justiça de Manacapuru, como parte das medidas para garantir que os envolvidos não dissipem seus patrimônios enquanto as investigações prosseguem. Além disso, o juízo local determinou o afastamento de duas autoridades da prefeitura suspeitas de comandar o esquema.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Promotoria de Justiça de Manacapuru lideraram a operação, revelando que os servidores públicos realizaram um expressivo desvio de recursos destinados a conselhos e associações de pais e mestres de escolas municipais. Além disso, os investigados enfrentam acusações de lavagem de dinheiro e outros crimes relacionados.

Outra situação que deixou a população de Manacapuru completamente indignada com a atitude da Prefeitura ao fechar mais um contrato milionário com a empresa HBT ARQUITETURA E ENGENHARIA LTDA, que já foi denunciada anteriormente por deixar obras importantes e essenciais inacabadas em nossa cidade. O contrato, vencido pela empresa na Concorrência n° 002/2023, abrange a “pavimentação asfáltica em vias urbanas e vicinais, com drenagem e calçadas” e está vinculado à secretaria municipal de obras e serviços públicos.

O valor total do contrato é de R$ 29.986.169,56 e foi publicado no Diário Oficial da Associação Amazonense dos Municípios (AMM) em 1 de setembro de 2023. No início deste ano, a população de Manacapuru denunciou a mesma empresa por deixar inacabadas as obras das Escolas Municipais Ezequiel Ruiz e José de Melo Sobrinho, localizadas nos ramais Bela Vista e Lago do Calado (comunidade da Palestina).

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