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Bomba! Quem matou o engenheiro Flávio? Os seguranças de Arthur Neto e Betinha? A verdade está cada vez mais próxima

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Bomba! Quem matou o engenheiro Flávio? Os seguranças de Arthur Neto e Betinha? A verdade está cada vez mais próxima

Manaus – Indignação e tristeza marcam os quase três anos do crime contra o engenheiro Flávio Rodrigues dos Santos, assassinado aos 42 anos. Familiares ainda clamam por Justiça e pedem o fim de uma espiral de impunidade de perguntas sem respostas, antes silenciadas.

Perguntas vindo à luz

“Não há nada oculto que não venha a ser revelado, e nada escondido que não venha a ser conhecido e trazido à luz”. Agora,  as divergências da versão do relatório final apresentados em 2019 nos depoimentos relatados pelo PM Elizeu, braço direito de Arthur e da ex-primeira-dama, podem ser confrontadas pelas evidências coletadas ao longo da investigação e relatadas pela imprensa desde o início do caso. Sem censuras.

Relembre o que foi relatado à polícia:

Domingo (29/09/2019) – entre 22:20 – 20:30 

Segundo alegou Elizeu para perícia, ele chamou Mayc Parede, seu amigo, para dar um “susto” em Alejandro, que estava ‘virado’ de uma festa regado à bebida e cocaína horas antes.

Estavam com Alejandro em sua casa os amigos Junior Gordo, Flávio e Magno. Além deles, o cozinheiro Vittorio também estava na residência, e havia ligado momentos antes para o PM Elizeu.

O PM Elizeu diz que antes de entrar na casa, colocou a balaclava que estava em seu carro e pediu para Mayc o acompanhar. Mayc narra que Elizeu estava irritado por conta das festas de Alejandro e objetos que sumiam da casa.

Divergências

Enquanto o veículo Corolla entrou de ré, com exceção de Junior Gordo, nenhum dos amigos de Alejandro e ele mesmo escutou o carro. Alejandro também já conhecia o PM Elizeu. Usar uma balaclava seria inútil para disfarçar a voz.

A balaclava poderia dificultar o reconhecimento de Elizeu, mas em algum momento Alejandro o reconheceria. Além disso, Alejandro também perceberia a movimentação do carro se aproximando da residência. Junior Gordo teria percebido o carro chegando de ré, gritou algo como “Olha aí, oh” e correu para o corredor, indo se trancar no banheiro de um dos cômodos.

22:26

Magno, Alejandro e Flávio ficaram na sala. Segundo Magno, Elizeu seguiu direto em direção à Alejandro.

Elizeu logo em seguida dá duas coronhadas com sua pistola IMBEL .40 (que pesa cerca de 820 gramas sem munição) na cabeça de Alejandro, na região traseira do crânio de Alejandro . Elizeu era funcionário da prefeitura, subordinado de Elisabeth Valeiko. Mas por ordem de quem Elizeu faz isto ? Segundo o que o próprio alega, ele teria sido motivado em dar um “susto” em Alejandro. Mas de quem partiu essa ordem ? Será que Elizeu por motivação própria, sabendo que prestaria contas por agredir o filho da primeira-dama, faria mesmo isto? Além disso, as duas coronhadas não deixaram Alejandro desacordado.

Em seguida, Magno diz que correu em direção da porta, mesmo após Alejandro Valeiko ter levado duas coronhada e com a ameaça de disparo de arma de fogo de Elizeu.

22:26 

Ao correr e ir para a porta, já fora da casa, Magno diz ter sido surpreendido por Mayc Parede, que o agarra. No entanto, Magno após consegue se desvencilhar e correr em direção à portaria.

Após se soltar, Magno sente “algo quente escorrer das costas”, fazendo alusão ao sangue. Aqui, outra divergência aparece, visto que Magno só sentiu as duas facadas após começar a correr, e Mayc também aparenta ter perdido o interesse em perseguí-lo ou esfaqueá-lo e o deixa correr em direção à portaria. Nesse momento, Elizeu que teria o controle da situação, também parece não se preocupar com o jovem indo em direção à portaria.

Causa estranhamento, até aqui, nenhum vizinho ter escutado nada, além de nem Mayc e nem Elizeu terem se preocupado em impedir que Magno saísse correndo em direção à portaria.

20:30

O PM Elizeu olha para trás, vê gotas de sangue fora da residência ao lado de Mayc e pergunta “O QUÊ QUE TU FEZ?”, com a balaclava levantada. Logo em seguida, Mayc vê o engenheiro Flávio vindo na direção de Elizeu. Flávio em seguida tenta desferir um soco em Elizeu. Neste momento, outra divergência é observada, que é a reação de Flávio mesmo de frente a um agressor em posse de uma arma de fogo e que tinha controle da situação.

Em seguida, Mayc reage e aplica um golpe de jiu-jitsu chamado Katagatame em Flávio, que fica desacordado por 10 segundo e logo em seguida, recobra a consciência e começa a gritar. O PM Elizeu tenta tranquilizar e diz: Calma, calma. Vamos deixar ele lá fora”. Mayk então imobiliza Flávio pelo pescoço e o leva até o banco de trás do carro da prefeitura. Ele senta junto de Flávio, que estava de costas, e joga o corpo contra o do engenheiro na posição de “100 kg”, ainda assim Flávio não parava de gritar.

Para que parasse de gritar, Mayc pega uma fita silver tape de sua mochila e enrola na boca do engenheiro, que continua tentando gritar e se debater. Em seguida, Elizeu entra no carro dizendo que “tinha feito besteira, muita merda” e que deixariam Flávio fora do condomínio. Nervoso, porque nada tinha saído como esperado, o PM Elizeu liga o carro e vai em direção à saída.

Grande incongruência: os 4 minutos eternos

Outras incongruências são observadas aqui, no momento em que o engenheiro Flávio grita pedindo socorro, ninguém no condomínio escuta, mesmo com o silêncio que fazia naquele momento. A faca em que Mayc Parede tinha ferido Magno, não é mais citada. Para onde o objeto foi parar ?

No intervalo de apenas 4 minutos (entre 22:26-20:30), uma série de eventos ocorreu com achegada de Elizeu e Mayc na residência: as duas coronhadas em Alejandro, que não desmaiou; a fuga de Magno que saiu ferido com facada nas costas; a tentativa de reação com o soco de Flávio ao PM armado Elizeu; a imobilização de Flávio por Mayk, que o desacordou em 10 segundos e logo depois ele acordou gritando, até o engenheiro ser levado até o carro e ser imobilizado com fita silver tape; um tempo muito curto para a narrativa de uma série de eventos que não se encaixam de forma harmônica e que possuem muitos furos e falta de detalhes.

20:30 

Magno chega na portaria e explica a situação. Alguns guardas saem em direção à residência para ver o que ocorreu. Um minuto após, o PM Elizeu, com veículo locado para a prefeitura na Gestão de Arthur, saem com fácil após um dos guardas que ficou no local abrir a guarita com tranquilidade, enquanto Mayk segurava a cabeça de Flávio abaixada.

20:33

Elizeu e Mayk relatam que queriam deixar o engenheiro vivo em algum lugar e dirigem rumo a um terreno baldio no bairro Tarumã. Ao chegarem, Flávio é libertado, mas teria reagido com uma pedra após ter sido solto por Mayk, que o esfaqueou, segundo conta em inquérito, de duas a três vezes.

A maior incongruência de todas

Mesmo cansado das drogas e álcool e do mata-leão, de onde Flávio tirou forças para reagir ? Será que o engenheiro foi realmente esfaqueado no terreno baldio ? No depoimento à polícia, Mayc também diz que efetuou de duas a três facadas. No entanto, no laudo pericial, o engenheiro foi morto com 7 facadas. De onde vieram as outras 4 estocadas ?

Outra questão: Se Flávio foi esfaqueado apenas no terreno baldio, como surgiram marcas de sangue do engenheiro no carro da prefeitura durante o transporte de Flávio e na residência? Por que membros da família Valeiko limparam manchas de sangue antes da perícia chegar?

Suposto relato combinado e tentativa de censura 

Arthur Virgílio emitiu um nota em suas redes sociais muito alinhada com a o que relata o PM Elizeu, mas atribuindo a culpa a traficantes e colocando Alejandro e Flávio como vítimas do tráfico. Na época, a imprensa tentou entrar em contato para saber a origem da nota, se ouve algum trabalho da assessoria envolvida na coleta e elaboração das informações, mas a resposta não foi obtida. Pelo contrário, a equipe de Arthur retaliou na Justiça os jornalista que fizeram estas perguntas, e também censuraram todas as publicações que questionavam sua versão.

São estas as evidências que embasam as perguntas que contrariam a versão relatada por Elizeu da Paz, Mayk Parede e Arthur Virgílio.

Veja documentos na íntegra:

Laudo Oficial sobre a morte do engenheiro Flávio Rodrigues

Depoimento Valeiko

 

 

 


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