Governo do Estado terá de assumir unidades de saúde citadas na operação Maus Caminhos
Foto: Sandro Pereira
O delegado da Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros da Polícia Federal (PF) no Amazonas, que coordenou a operação ‘Maus Caminhos’, realizada na manhã desta segunda-feira (20), em Manaus, informou que, por uma determinação da Justiça Federal, o Governo do Estado terá que nomear gestores públicos para assumir a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Campos Sales, em Manaus, o Centro de Reabilitação em Dependência Química, em Rio Preto da Eva e a UPA 24 Horas e Maternidade Enfermeira Celina Villacrez Ruiz, em Tabatinga, que eram administradas pelo Instituto Novos Caminhos (INC), um dos alvos da investigação.A operação ‘Maus Caminhos’ foi deflagrada pela PF no Amazonas, São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Distrito Federal, para combater o desvio de recursos da saúde pública no Amazonas. Segundo PF, os investigados fazem parte de um esquema criminoso que desviou mais de R$ 112 milhões dos cofres públicos. Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU), Polícia Federal, Ministério Público Federal e Receita Federal participaram da operação.
“O que foi constatado é que o estado de calamidade pública na saúde (no Amazonas) é decorrente dos desvios milionários, recursos que não foram alocados onde deveriam”, afirmou o delegado. Segundo ele, a Controladoria Geral da União (CGU) ainda está analisando outros documentos e o prejuízo aos cofres públicos deve superar o valor divulgado até agora, de R$ 112 milhões.
Conforme o delegado, o dinheiro desviado da saúde proporcionava uma vida de ostentação aos suspeitos, com aquisição de bens móveis e imóveis de alto padrão, como mansões, veículos importados de luxo e até um avião a jato e um helicóptero. “O grupo ostentava elevado padrão de luxo, muito acima da realidade, quase que algo cinematográfico”, definiu o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Marcelo Rezende.
Na manhã de hoje foram cumpridos 13 mandados de prisão preventiva, quatro mandados de prisão temporária, três conduções coercitivas, 41 mandados de busca e apreensão, 24 mandados de bloqueios de contas de pessoas físicas e jurídicas (aproximadamente 30 milhões), 31 mandados de sequestro de bens móveis e imóveis (aproximadamente 50 milhões), todos expedidos pela Justiça Federal do Amazonas.
Nota divulgada pelo Governo do Amazonas:
O Governo do Estado do Amazonas informa que vai solicitar à Polícia Federal, por meio da Controladoria Geral do Estado (CGE), acesso às investigações sobre o Instituto Novos Caminhos. A Organização Social tem contrato para administrar as unidades, UPA Campos Salles, em Manaus, Centro de Reabilitação em Dependência Química (CRDQ), em Rio Preto a Eva e UPA 24 horas e Maternidade Enfermeira Celina Villacrez Ruiz, em Tabatinga.
O Governo determinou que a Secretaria de Estado da Saúde (Susam), inicie imediatamente o acompanhamento direto da gestão das unidades de saúde atendidas pelo Instituto. Um grupo gestor será formado para garantir que os atendimentos à população não sejam prejudicados. O governo determinou ainda que, dentro do trabalho de revisão dos contratos da rede de saúde que vem sendo realizado pelo estado, seja verificado imediatamente o contrato com a Organização Social. O estado ressalta que não é alvo das investigações e que toma providências para colaborar com o que for necessário.
D24