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Venda bilionária de créditos de carbono no Pará abre debate: por que o Amazonas não consegue fazer o mesmo?

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Brasil – Na última terça-feira (24), o Estado do Pará deu um passo inédito ao vender quase R$ 1 bilhão em créditos de carbono, tornando-se o primeiro estado no Brasil e o primeiro estado subnacional do mundo a garantir financiamento da Coalizão LEAF (Lowering Emissions by Accelerating Forest Finance). O acordo histórico é visto como uma vitória na luta contra o desmatamento, assegurando recursos para projetos de preservação ambiental e desenvolvimento sustentável na região.

No entanto, a conquista paraense também levanta uma questão crucial: por que o Amazonas, com uma vasta extensão territorial e rica biodiversidade, ainda não alcançou um feito semelhante?

O Amazonas é o estado com maior cobertura florestal do Brasil e enfrenta desafios semelhantes ao Pará. A região amazonense, historicamente reconhecida por seu papel estratégico na preservação da Amazônia, ainda não conseguiu captar recursos internacionais na mesma escala. A venda de créditos de carbono não só poderia alavancar o desenvolvimento sustentável, como também injetar investimentos essenciais para áreas carentes, como saúde, educação e segurança.

A precariedade dos serviços públicos no Amazonas é uma realidade que afeta grande parte da população. Hospitais com falta de insumos, escolas com infraestrutura deficiente e a crescente insegurança nas áreas urbanas são problemas que poderiam ser amenizados com o influxo de recursos provenientes de iniciativas ambientais. Especialistas questionam por que o Amazonas, apesar de sua imensa área verde e seu potencial, não está na vanguarda das negociações de créditos de carbono.

Uma possível explicação está na complexidade de implementação de projetos de créditos de carbono, que exigem monitoramento rigoroso, parcerias internacionais e transparência nas ações de combate ao desmatamento. Enquanto o Pará parece ter conseguido estruturar um plano eficaz para alinhar a preservação florestal com interesses econômicos globais, o Amazonas enfrenta dificuldades em garantir a mesma confiança de investidores internacionais.

Com o sucesso do Pará, torna-se ainda mais urgente que o Amazonas reveja suas estratégias e busque, de maneira mais ativa, parcerias internacionais e o fortalecimento de suas políticas ambientais. A venda de créditos de carbono pode não ser a solução para todos os problemas do estado, mas certamente seria um caminho promissor para alavancar recursos em áreas que tanto necessitam de melhorias.

O acordo bilionário do Pará traz esperanças para o futuro da Amazônia, mas também acende o alerta para que outros estados amazônicos, como o Amazonas, não fiquem para trás.


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