“O olho da cara”: em falta, Tucumã chega a custar R$ 120,00 o quilo em Manaus
Manaus – O tucumã, ingrediente principal do icônico x-caboquinho e de diversos pratos regionais, enfrenta uma grave crise de escassez em Manaus. Há algum tempo, o fruto, que era amplamente encontrado tanto em feiras quanto nas lanchonetes da cidade, está cada vez mais raro e inacessível. A escassez gerou um aumento escandaloso no preço do tucumã, que atualmente está custando em torno de R$ 120,00.
Antes, o quilo do tucumã era comercializado por preços razoáveis, variando entre R$ 40 e R$ 50. No entanto, o cenário mudou drasticamente e causou impactos profundos na vida cotidiana dos manauaras, afetando desde comerciantes e feirantes até consumidores. Atualmente, o valor do quilo pode chegar a R$ 120, e em alguns casos extremos, até R$ 150.
A explicação para essa crise é multifacetada. Segundo Luiz Herval, gerente de Apoio à Produção Vegetal (GPV) do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), a atual escassez do tucumã está relacionada ao ciclo natural da safra. A produção do tucumã ocorre entre janeiro e maio, período que está se aproximando do fim da safra. O período de entressafra, que vai do fim da colheita até o início do novo plantio, geralmente resulta na diminuição da oferta do fruto.
“Em setembro, a oferta de tucumã naturalmente começa a diminuir à medida que entramos no período pós-safra. A entressafra, que vai de junho a agosto, já reduz a disponibilidade do fruto, e este ano, os impactos das queimadas e da seca prolongaram a escassez além do esperado”, explica Herval.
Além dos ciclos naturais de produção, fatores como a seca e as queimadas exacerbaram a crise, contribuindo para uma oferta ainda mais restrita e preços ainda mais altos. A situação tem forçado a população a buscar alternativas ou a abrir mão do maior xodó dos manauaras.
A crise do tucumã é um lembrete diário dos desafios enfrentados pela agricultura regional e da importância de estratégias de manejo eficazes para garantir a disponibilidade de alimentos essenciais. Enquanto a escassez persiste, fica o questionamento: E aí maninho? Tu vai abrir a carteira por 1kg de tucumã?
A crise do tucumã é um lembrete constante dos perrengues que a agricultura regional enfrenta e da necessidade de estratégias eficazes para garantir que a comida chegue na mesa do povo. Enquanto a falta do fruto persiste e o preço sobe nas alturas, fica a pergunta: “E aí, maninho, tu vai abrir a carteira e dar R$ 120,00 por um quilo de tucumã ou vai ficar só na vontade?”.