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Nos EUA, número recorde de pessoas continua na ativa após 65 anos

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NOVA YORK – Quase 20% dos americanos com 65 anos ou mais estão trabalhando atualmente, segundo os últimos dados do Escritório de Estatística do Trabalho dos EUA. É a maior proporção de idosos com emprego desde o início dos anos 1960, antes da criação do Medicare, o sistema de seguros de saúde para idosos gerido pelo governo do país.

Por causa da enorme geração baby boom (pessoas nascidas nas duas décadas seguintes à Segunda Guerra Mundial), que agora está chegando à idade da aposentadoria, os EUA contam com o maior número de trabalhadores idosos da história.

Quando perguntados sobre seus planos para a aposentadoria, 27% dos americanos disseram que irão “continuar trabalhando o máximo possível”, apontou um estudo de 2015 do Federal Reserve. Outros 12% afirmaram que simplesmente não planejam se aposentar.

Enquanto isso, no Brasil, a reforma da Previdência é um dos temas no centro do debate político. O ministro da Fazenda do governo de Michel Temer, Henrique Meirelles, já disse que mudança na previdência social é uma necessidade evidente e está na pauta de prioridades.

Mas, de volta aos EUA, há uma série de motivos pelos quais mais pessoas estão adiando a aposentadoria — embora não valham apenas para os americanos:

1. Precisam do dinheiro

Três em cada cinco aposentados consultados pelo Centro Transamerica para Estudos de Aposentadoria apontaram a remuneração ou os benefícios como pelo menos uma das razões pelas quais se aposentaram mais tarde que o previsto. Quase metade disse que os problemas financeiros foram a principal razão para terem trabalhado após os 65 anos.

A crise financeira — e o estouro da bolha tecnológica antes dela — devastou a poupança de aposentadoria de muitos dos chamados baby boomers. Se é que eles tinham economizado algo, para começo de conversa. Atualmente, 60% das famílias americanas não têm dinheiro em um plano de aposentadoria 401(k) — plano de economia para aposentadoria que é patrocinado pelo empregador — ou similar, e os benefícios do 401(k) estão direcionados aos americanos mais ricos, apontou um relatório recente do Escritório de Contabilidade do Governo dos EUA.

2. Gostam de seus empregos

Entre os entrevistados pelo Transamerica, 36% disseram que haviam trabalhado depois dos 65 anos principalmente porque gostavam de seus empregos ou “queriam continuar na ativa”.

3. Empregadores querem que (alguns) idosos continuem trabalhando

Com a taxa de desemprego em 5% nos EUA, a mais baixa desde 2008, os empregadores têm um incentivo maior para manter os trabalhadores idosos felizes. Porque não conseguem achar substitutos para eles.

4. Americanos idosos estão mais saudáveis e vivem mais tempo

De qualquer forma, muitos americanos têm mais tempo para fazer o que querem. Com o aumento da média da expectativa de vida, uma carreira mais longa não necessariamente significa uma aposentadoria mais curta.

5. Ou talvez a aposentadoria não seja tão divertida

É difícil explicar por que os americanos parecem estar aproveitando menos seus anos dourados, mas é isso o que foi descoberto em um estudo do mês passado do Instituto de Pesquisa de Benefícios para Empregados.

Talvez essa autoperpetuação seja resultado da pressão social. É cada vez mais normal trabalhar após os 65 anos à medida que mais e mais baby boomers atingem a idade de aposentadoria, disse Torsten Sløk, economista-chefe internacional do Deutsche Bank. Agora que um em cada cinco americanos idosos tem emprego.

— Acredito que essa proporção continuará aumentando — concluiu.


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