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Entenda como a alta dos juros nos EUA impacta a economia Brasileira

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Entenda como a alta dos juros nos EUA impacta a economia Brasileira

Mundo – A decisão do Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos, de manter o ciclo de alta nos juros em 0,25 ponto percentual, traz reflexos para a economia global, incluindo os países emergentes, como o Brasil. A taxa de juros norte-americana, agora variando entre 5,25% e 5,50% ao ano, pode impactar diretamente a economia brasileira, mas as circunstâncias atuais indicam que os efeitos podem ser mais brandos devido à melhoria dos indicadores econômicos internos.

A estabilidade da economia brasileira e a condução de políticas fiscal e monetária mais responsáveis têm proporcionado maior confiança aos investidores. Segundo Jefferson Souza, sócio e head de operações da Semeare Investimentos, o Brasil tem feito a “lição de casa”, o que torna o mercado interno menos vulnerável às oscilações dos juros internacionais. Isso fortalece o sistema financeiro brasileiro e torna os investimentos mais atrativos para o capital estrangeiro.

As reformas estruturais, como a tramitação do arcabouço fiscal e a reforma tributária, têm contribuído para mudar a percepção do Brasil no cenário internacional. Essas medidas podem incentivar o investidor estrangeiro a migrar de títulos públicos para ativos de maior risco, como o mercado de ações. A expectativa de redução da taxa Selic, a taxa básica de juros brasileira, também pode impulsionar setores econômicos, como o varejo, e tornar a Bolsa de Valores mais atrativa para investimentos.

Quando os juros dos Estados Unidos sobem, o país se torna mais atraente para os investidores internacionais, que buscam melhores remunerações com menor risco. Esse movimento de capital para os EUA pode reduzir o interesse por mercados emergentes, como o Brasil, que precisam oferecer um prêmio de risco maior para atrair investidores.

No entanto, o aumento dos juros nos EUA já era amplamente esperado pelo mercado, o que reduz o impacto imediato sobre os ativos brasileiros. Paulo Cini, CIO da Western Brasil, destaca que a sinalização do que virá após essa alta é mais relevante para os investidores. Uma postura menos conservadora do Federal Reserve em relação à inflação poderia indicar uma pausa nas altas dos juros, o que poderia favorecer os ativos brasileiros e de outros países emergentes.

A desaceleração da inflação nos EUA, em especial nos setores de bens industriais e imóveis, justifica a manutenção do aperto monetário por parte do Federal Reserve. Entretanto, o setor de serviços, influenciado pelos salários e pelo mercado de trabalho, ainda representa uma preocupação. À medida que a economia norte-americana cresce mais lentamente, as contratações podem desacelerar, afetando os preços dos serviços e influenciando a política monetária dos EUA.

Ainda que haja riscos de recessão quando um país adota uma política monetária contracionista, os Estados Unidos têm demonstrado uma abordagem de ajuste gradual dos juros, o que atenua as preocupações com uma recessão iminente. A perspectiva otimista, corroborada pela queda da inflação e pelos lucros das empresas em alta, não indica uma recessão nos EUA até meados de 2024, segundo especialistas.

Em resumo, embora a alta dos juros nos EUA tenha impacto sobre a economia brasileira, as circunstâncias atuais, como a melhora dos indicadores econômicos domésticos e a expectativa de uma política monetária mais equilibrada nos EUA, tendem a suavizar os efeitos negativos sobre os ativos brasileiros. Contudo, a economia global é complexa e dinâmica, exigindo cautela e monitoramento constante para enfrentar os desafios e oportunidades que surgem no cenário internacional.

Créditos: InfoMoney


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