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Dia das Mães: lembrancinhas ficam mais caras e presentes mais baratos

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RIO – O preço das sugestões de presentes para o Dia das Mães subiu em média 6,39%. Número abaixo da inflação acumulada pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), calculado pelo FGV/ IBRE, que registrou alta de 9,13% entre maio de 2015 e abril de 2016. No entanto, comprar um presente para a mãe este ano pode não ser uma tarefa fácil, já que o que fez com que o índice ficasse menor que a inflação foi o grupo de itens que requer um maior investimento. Por outro lado, os artigos com preços mais baixos foram os que tiveram maior alta. O levantamento foi feito pelo economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, André Braz.

Os produtos e serviços listados na pesquisa foram divididos em três grupos: presentes do lar, presentes executivos e presentes culturais. Destes, os presentes culturais foram os que registraram a maior alta média, que foi de 7,84%. Os presentes executivos – mais utilizados em atividades profissionais – subiram 6,29% e, os presentes destinados ao conforto no lar foram os que menos avançaram, com 2,03%, com nenhum produto acima da inflação.

Os itens que mais apresentaram crescimento nos preços foram: teatro com 34,48%; vinho, 25,97% e passagem aérea, 20,43%. Já os que tiveram maior baixa foram: máquina de lavar roupas, -2,21% e geladeira e freezer com -2,16%.

— Classifiquei os grupos para tentar achar os vilões da inflação. No entanto, ela está muito influenciada por preços administrados então não é surpreendente que a média de produtos para as mães não esteja à cima da inflação. O que observamos é que mesmo com o preço médio abaixo da inflação, escolher o presente continua sendo uma tarefa complicada em meio à crise, já que os preços que baixaram são justamente os mais altos — avalia André Braz.

Artigos que também se destacaram e ficaram acima da inflação foram show musical (16,23%) e bombons e chocolates (12,68%). Em contrapartida, os que chamaram a atenção e perderam para inflação foram bijuterias e joias (8,75%), perfume (7,92%), salão de beleza (7,76), aparelho telefônico celular (5,76%), roupas femininas (4,77%) e aparelho de TV (3,78%).

Para o economista da Confederação Nacional de Comércio, Bens e Serviços (CNC), Fábio Bentes, os preços abaixo da inflação se dão pelo cenário adverso da economia e a desaceleração dos preços de bens que necessitam de financiamento se explicam também pela dificuldade de acesso ao crédito.

— Esse é o pior início de ano do varejo em doze anos, portanto, não há espaço para repassar alta de preço, o que se fazia há três anos. Para driblar a crise, os comerciantes se valem de três estratégias, liquidação, renegociação com fornecedores e mudar o mix de produtos para marcas mais populares. Mas no caso de bens duráveis, o problema é ainda maior, já que o consumidor não tem crédito para adquiri-lo e não tem confiança para se endividar, por isso observamos móveis, por exemplo, com crescimento menor ou até queda, e bombons e chocolate com crescimento maior — conclui.


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