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Crise à Vista: políticas econômicas do Governo Lula afastam investidores estrangeiros do Brasil

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Crise à Vista: políticas econômicas do Governo Lula afastam investidores estrangeiros do Brasil

Brasil – O país enfrenta uma crise de confiança econômica que está afastando investidores estrangeiros e colocando em xeque a gestão fiscal do governo Lula. Bancos internacionais e consultorias apontam para uma combinação de incertezas internas e pressões externas que tornam o país menos atrativo para investimentos, agravando as dificuldades econômicas.

Erosão da Credibilidade Fiscal

A falta de medidas contundentes para estabilizar as contas públicas tem sido um dos principais motivos para o desinteresse de investidores globais. Apesar de prometer um pacote de corte de gastos no final de 2024, a administração Lula não conseguiu evitar o enfraquecimento da confiança do mercado. A promessa de economizar R$ 70 bilhões foi considerada “tímida” e chegou tarde demais para conter a reprecificação negativa dos ativos brasileiros.

Bancos como JPMorgan, Morgan Stanley, Julius Baer e HSBC rebaixaram suas recomendações para ativos brasileiros, mencionando uma “corrosão de credibilidade fiscal” e uma gestão considerada ineficaz. A Bolsa brasileira registrou seu pior desempenho sob a ótica externa desde 2020, com um fluxo de capital negativo superior a R$ 32 bilhões em 2024.

Trump e o Cenário Externo

A volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos também agrava o quadro. Suas políticas protecionistas e a manutenção de juros elevados nos EUA reforçam a atração por ativos americanos, enfraquecendo economias emergentes como a do Brasil. O fortalecimento do dólar, combinado com as incertezas internas, dificulta ainda mais o acesso a capital estrangeiro.

Christopher Garman, diretor da consultoria Eurasia Group, destaca que o governo brasileiro enfrenta pressões simultâneas: “A crise de confiança fiscal interna e a competição com mercados externos mais atrativos tornam improvável uma reviravolta significativa em 2025.”

Histórico de Declínio

O peso do Brasil no índice MSCI Emerging Markets, uma referência para investidores globais, caiu de 5,8% em 2023 para cerca de 4% no final de 2024, sendo superado pela Arábia Saudita. Nos tempos áureos, quando o país detinha grau de investimento, sua participação chegou a 17%.

Medidas Insuficientes

Analistas sugerem que o governo deveria ter adotado reformas mais rigorosas no final de 2024. Shamaila Khan, da UBS Asset Management, reforça que elevar os juros, promover maior contenção fiscal e implementar medidas claras são fundamentais para reconquistar a confiança dos investidores. “O fiscal no Brasil estava desapontando, mas as pessoas entendiam porque tinham as eleições. Agora, era a hora de se fazer as coisas certas”, afirma.

Com a Selic projetada para atingir 15% em 2025 e sem um plano fiscal robusto, o cenário é de mais retração. A incapacidade do governo Lula em implementar soluções eficazes não apenas prejudica o ambiente econômico, mas também ameaça sua própria viabilidade política. Em um momento em que o Brasil precisa atrair investimentos para impulsionar o crescimento, a mensagem passada é de incerteza e vulnerabilidade.


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