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Citigroup diz que ainda é cedo para comprar dólar

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RIO – O Citigroup, o maior negociador de moedas do mundo, afirma que ainda é “cedo demais” para comprar dólares, mesmo depois da queda da moeda ao menor nível em nove meses e da divulgação de dados econômicos mais fortes que o previsto nos EUA.

O valor do dólar teve pouca variação na segunda-feira, após o tombo de 1,6% na semana passada, quando o Departamento de Trabalho dos EUA apresentou relatório mostrando que os salários aumentaram e que empregadores do país contrataram mais gente do que se esperava em março. A presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, e seus colegas estão mudando a forma como decidem sobre as taxas de juros, dando mais peso às condições financeiras mundiais, mesmo com os dados nos EUA melhorando, de acordo com Todd Elmer, estrategista de câmbio do Citigroup em Cingapura.

“O dólar está em base tênue, mesmo com os dados se fortalecendo”, disse Elmer à Bloomberg News. “Até que o mercado comece a considerar seriamente a perspectiva de aumento de juros em junho pelo Fed, a tendência será de fraqueza do dólar”.

Os traders adiaram expectativas para o próximo acréscimo de juros pelo Fed após Yellen ter citado como riscos a desaceleração do crescimento na China e a perspectiva para os preços das commodities durante um discurso em 29 de março. Ela disse ser apropriado “proceder cautelosamente” quando se trata de subir os juros. O índice Bloomberg para o dólar à vista, que acompanha seu valor em relação a dez moedas, caiu em 31 de março para o menor patamar desde o fim de junho. Um índice do Citigroup que mede o grau de surpresa com dados econômicos dos EUA chegou ao maior nível em quatro meses em 18 de março.

“Certamente a negociação sobre divergências – com a economia americana liderando e o Fed apertando – pode voltar mais para frente neste ano”, disse Elmer. “Mas, por ora, não estamos recebendo validação do Fed compatível com o que observamos nos dados.”

BUSCA POR RENDIMENTO

O dólar tende a se enfraquecer em relação a moedas de países produtores de commodities e nações em desenvolvimento, à medida em que os investidores buscam ativos de maior rendimento, segundo Elmer.

A moeda americana perdeu 4,9% em relação ao dólar australiano no primeiro trimestre, a maior queda desde o último trimestre de 2011. Em relação à moeda da Nova Zelândia, a queda do dólar no primeiro trimestre chegou a 1,1%, aprofundando a perda de 6,3% no quarto trimestre. Um índice de moedas de países emergentes avançou 4% no primeiro trimestre, o maior ganho trimestral desde 2012.

Hedge funds e gestores de recursos reduziram posições otimistas em relação ao dólar para o menor nível desde 2014, de acordo com dados da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC). Na semana encerrada em 29 de março, havia 66.441 mais contratos apostando na valorização do dólar do que na depreciação. Uma semana antes, a diferença em favor da valorização era de 87.902 contratos.

“Até vermos uma mudança e o mercado começar a precificar mais risco de aperto pelo Fed, o dólar vai ficar para trás”, afirmou Elmer, do Citigroup.


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