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Brasil garante fertilizantes e produção de comida para o resto do ano em meio à crise global de alimentos

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Brasil garante fertilizantes e produção do comida para o resto do ano enquanto outros países vivem risco de crise global de alimentos

Brasil – O presidente Jair Bolsonaro (PL) informou que 26 navios russos chegaram ao Brasil na última semana abastecidos com fertilizantes. O insumo recebido, de acordo com ele, é suficiente para atender à safra planejada para este ano.

“Garantimos o fertilizante fazendo contato com o governo da Rússia. Na semana passada, 26 navios aportaram aqui com fertilizantes, o suficiente para a safra do corrente ano”, disse durante visita à cidade de Propriá (SE) nesta terça-feira (17).

No final de abril, o mandatário já havia anunciado que esperava a chegada de 27 embarcações com fertilizantes, além de declarar que o Brasil não sobrevive sem os produtos.

No início da guerra ordenada pela Rússia na Ucrânia, em fevereiro, o governo brasileiro demonstrou preocupação quanto ao abastecimento do insumo, o que prejudicaria de forma significativa o mercado agrícola.

O The New York Times lembra que “o Brasil correu para comprar fertilizante russo logo antes da invasão para manter os embarques no início da guerra. E embora a compra de fertilizantes russos em si não tenha sido proibida, os compradores brasileiros tiveram que enfrentar sanções aos bancos russos e obstáculos logísticos que os especialistas temiam que ainda cortassem o comércio”.

Crise global

O Kremlin disse nesta terça-feira (17) que os produtores de fertilizantes russos estão tentando cumprir contratos apesar das sanções ocidentais contra eles, o que representa um risco para a segurança alimentar global.

O porta-voz Dmitry Peskov estava respondendo a uma pergunta sobre a proposta do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, de que a Rússia permitisse o embarque de alguns grãos ucranianos para aliviar a crise alimentar global em troca facilidades para exportações russas e de Belarus de fertilizantes potássicos, atualmente afetados por sanções diante do conflito na Ucrânia.

Peskov disse que os fornecedores da Rússia estão interessados em cumprir contratos internacionais, mas que “sanções foram introduzidas, que estão crescendo em todo o mundo”.

Dificuldades

Já são 23 o número de países que restringem as exportações de alimentos, sendo a Índia a mais recente, segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC).

Pelo plano liderado pelos EUA, instituições como o Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e o Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento “fornecerão apoio emergencial” para ajudar os países a aumentar a produção e a oferta de alimentos e lidar com os preços mais altos.

Importância de Bolsonaro

O maior comprador de fertilizantes russos é o Brasil, que importa cerca de um quarto de todos os seus fertilizantes da Rússia. No início deste ano, com tropas russas reunidas na fronteira ucraniana, o presidente Jair Bolsonaro do Brasil posou para fotos com Putin no Kremlin. Na reunião, uma semana antes da invasão, Bolsonaro disse que o Brasil estava “ solidário com a Rússia”. Na mesma viagem, ele disse que o Brasil dobrará suas compras de fertilizantes russos. Após o início da invasão, Bolsonaro disse que o Brasil permaneceria neutro e deixou claro o porquê.

“O que acontece a 10 mil quilômetros de distância na Ucrânia tem repercussões no Brasil” , disse . “Temos negócios especiais com a Rússia.” “PARA NÓS”, ACRESCENTOU, “A QUESTÃO DOS FERTILIZANTES É SAGRADA”.

Se esse suprimento de fertilizantes poderia chegar ao Brasil, no entanto, parecia questionável. Antes da guerra, os compradores brasileiros compraram mais potássio russo do que o normal, resultando na importação de 750.000 toneladas de fertilizante em março, grande parte dele potássio, segundo estatísticas do governo. Foi um recorde para março e um aumento de 14% em relação ao mesmo mês do ano passado.


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