Urgente: Extremistas planejam matar governador do Amazonas ‘Uma bala durante uma coletiva de imprensa’
No dia em que a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM) anunciou a fase mais grave da pandemia do coronavírus no Amazonas nesta segunda-feira, 4, empresários criaram grupos de WhatsApp para organizar protestos violentos em Manaus, visando o retorno do comércio não essencial.
A restrição do comércio não essencial foi determinada pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), atendendo a uma petição do Ministério Público (MP-AM) no último sábado, 2.
O MP-AM tomou como base os comunicados de hospitais das redes públicas e privadas que confirmaram a superlotação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e o alto registro de infecção que passa dos 500 ao dia.
No grupo de WhatsApp intitulado MTA-Manaus, os organizadores do movimento identificados como “Peres” e “Hozana” comentaram, hoje, 4, a possiblidade de conversar com deputados de oposição ao governo do Amazonas para apoiar os protestos.
Na conversa, são citados o deputado federal Pablo Oliva (PSL) e os deputados estaduais Delegado Péricles (PSL) e Wilker Barreto (Podemos). “Podemos traze-los para mais perto de nós (sic).”
Eles falam no grupo que há deputados que discordam da decisão judicial que restringiu o comércio não essencial no Amazonas e relembraram das próximas eleições gerais. “Ano que vem é eleição”.
Um dos organizadores, Peres, afirma que o deputado Wilker Barreto está entre os políticos que apoiam os protestantes. “Vejo o Deputado Wilker se movimentando…”
Outro número de celular, Lília Azevedo, citou nomes de outros deputados que poderiam apoiar as manifestações em série. “Pablo, Pericles (sic).”
‘Bala em coletiva’
No mesmo grupo, MTA-Manaus, um celular identificado como “Haroldo Freitas” faz ameaças de morte ao governador Wilson Lima. “Seria muito bom que levasse uma bala em alguma coletiva de imprensa…”
Em outro grupo de WhatsApp, chamado de “LockdownNão”, um número de celular identificado como “Dalton” orienta os manifestantes a fazerem protestos na frente da casa do juiz.
É o mesmo juiz que acatou o pedido do Ministério Público de restrição do comércio não essencial. “Ele vai ficar doido…”, declarou, referindo-se à possível reação do magistrado.
Em um áudio vazado, um dos empresários que organiza os protestos incita manifestações em frente de supermercados, atacadistas (onde são vendidos alimentos), e fala que a polícia não teria efetivo de controle.
“Tem que fechar as ruas principais da cidade, zona leste. Tem que dividir. Até porque a polícia não tem efetivo”, declarou um manifestante, sendo advertido por outro comerciante sobre o vazamento de áudio. “Muita cautela na divulgação desses áudios”, disse.