“Tchau, querido!”: Caio André é massacrado nas urnas e não é reeleito para a CMM
Manaus – Em uma reviravolta nas eleições municipais de 2024, o vereador Caio André, que por mais 2 meses será presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), não conseguiu se reeleger, recebendo apenas 8.019 votos. A derrota acentuada nas urnas expõe o descontentamento da população com sua gestão, marcada por escândalos e uma drástica queda na transparência.
Caio André foi eleito em 2020 e inicialmente prometeu modernizar e trazer maior transparência à CMM. No entanto, sua presidência se tornou sinônimo de retrocesso. Em 2022, a Câmara era a mais transparente do Amazonas, com 73,82% no Radar de Transparência Pública. Contudo, em 2023, a CMM viu sua classificação despencar para uma situação alarmante de “inexistente”. A falta de envio de informações sobre gastos, contratos e licitações aos órgãos de controle deixou a gestão opaca e a população à mercê de decisões questionáveis.
Especialistas em administração pública não hesitam em criticar a abordagem de Caio André. O professor Helso Ribeiro ressalta que “a transparência é um pilar fundamental para prevenir práticas não democráticas”. A falta de informações disponíveis, segundo a procuradora Evelyn Freire de Carvalho, não é apenas uma violação de normas, mas uma afronta ao direito da população de acompanhar as atividades parlamentares.
Diversos escândalos também marcaram a gestão de Caio, incluindo contratações suspeitas. O caso mais notório envolveu a contratação do Instituto Acesso, que tem um histórico problemático em concursos anteriores. A escolha de uma empresa com tal reputação levantou sérias preocupações sobre a integridade do processo.
Além disso, a destinação de R$ 563.000,00 para o Instituto Tecnológico, Mineração, Preservação Ecológica, Social Cultural e Desportivo (IMPESDAM) se tornou um ponto de discórdia, especialmente após a descoberta de que o endereço do instituto não correspondia às suas supostas operações. A conexão do diretor de contabilidade da CMM, Ivan Bezerra da Silva, com o IMPESDAM trouxe à tona questões de conflito de interesse.
Outro episódio controverso foi um contrato de quase R$ 1 milhão com a Churrascaria Búfalo, cujo proprietário enfrentava investigações por exploração infantil e agressão. Essas decisões questionáveis mancharam ainda mais a reputação da gestão de Caio André.
Os problemas não pararam por aí. A falta de pagamentos a veículos de comunicação locais comprometeu o funcionamento de importantes canais de fiscalização da administração pública. O não cumprimento dessas obrigações financeiras resultou em dificuldades financeiras para muitos profissionais da mídia, que dependem desse suporte para operar.
A derrota de Caio André nas urnas representa um claro sinal de que a população de Manaus anseia por uma gestão mais transparente e responsável. Sua saída da CMM abre espaço para a esperança de uma nova fase, onde a transparência e a integridade sejam novamente prioridades. Agora, a expectativa recai sobre os novos representantes e a capacidade da Câmara Municipal de recuperar a confiança da população. A vigilância da sociedade civil e a ação dos órgãos de controle se tornam essenciais para garantir que as promessas de mudança sejam, de fato, cumpridas.
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