PSDB estuda fusão com PSD em meio a resistências internas
Brasil – O PSDB, que já foi uma das maiores forças políticas do Brasil, está em negociações avançadas com o PSD para uma possível fusão ou aliança estratégica. A movimentação é vista como uma tentativa de revitalizar o partido, que vem registrando quedas significativas em sua representatividade política nos últimos anos.
Três Modelos em Discussão
De acordo com Gilberto Kassab, presidente do PSD, as negociações consideram três possibilidades: federação, fusão ou incorporação. A escolha dependerá do alinhamento entre as direções estaduais e nacionais das duas siglas.
“Qualquer modelo de aliança com um partido que tem quadros tão qualificados fortalece ambos os partidos”, declarou Kassab.
As conversas já incluíram os três governadores tucanos: Eduardo Leite (RS), Raquel Lyra (PE) e Eduardo Riedel (MS). Segundo fontes próximas, os diálogos foram bem recebidos, mas ainda há questões pendentes para um acordo definitivo.
Prazo e Decisões Internas
O PSDB organiza uma reunião da executiva nacional para o fim de janeiro, com a expectativa de anunciar um posicionamento até fevereiro. Paulo Serra, presidente do PSDB de São Paulo, destacou que a bancada de deputados federais e os governadores terão grande peso na decisão.
Apesar de uma federação ser o modelo preferido por parte da bancada federal, que busca preservar o status e a autonomia partidária, a fusão também é vista como uma possibilidade, principalmente diante do desempenho eleitoral insuficiente dos tucanos nos últimos anos.
Impacto no Congresso Nacional
Se consolidada, a união entre PSD e PSDB resultaria em uma das maiores bancadas no Congresso. Juntos, os partidos somariam 57 deputados federais e 16 senadores, superando o PP e se tornando a quarta maior força legislativa, atrás apenas de PL, PT e União Brasil.
Resistências Internas e Cenário Regional
Apesar das vantagens estratégicas, a proposta enfrenta resistências dentro do PSDB. Muitos membros temem a perda de autonomia e do histórico status partidário. As negociações enfrentam desafios principalmente em diretórios regionais como o de São Paulo, onde o partido sofreu um enfraquecimento acentuado.
Segundo apurações, o presidente do PSDB, Marconi Perillo, está envolvido nas negociações e deve se reunir com Kassab em breve para avançar na definição dos termos.
Queda de Representatividade
A movimentação reflete um contexto de declínio. Atualmente, o PSDB tem apenas 12 deputados e 1 senador, números muito abaixo dos 54 deputados e 11 senadores que o partido tinha há uma década. As eleições de 2024 consolidaram o encolhimento da sigla, especialmente em São Paulo, estado onde já dominou por décadas.
Enquanto os próximos passos ainda dependem de deliberações internas, a união entre PSDB e PSD representa mais do que um rearranjo estratégico: é um sinal de adaptação às novas dinâmicas políticas e eleitorais no Brasil. A decisão final será crucial para definir o futuro de ambas as legendas no cenário político nacional.