Professora Áurea denuncia prefeito Raylan Barroso por ameaças e violência política de gênero
Amazonas – A candidata à prefeitura de Eirunepé, Professora Áurea Marques (MDB), apresentou uma denúncia à Ouvidoria da Mulher do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) contra o atual prefeito do município, Raylan Barroso (União Brasil), por perseguição, ameaças e violência política de gênero. Segundo Áurea, as intimidações ocorreram durante sua campanha eleitoral e envolveram xingamentos misóginos, falas machistas e ofensas pessoais. Além disso, a candidata revelou que sua família foi alvo de ameaças de sequestro.
Em uma coletiva de imprensa virtual no dia 5 de setembro, Áurea detalhou as agressões. Ela relatou que as hostilidades começaram ainda na fase de pré-campanha e se intensificaram nos últimos dias. De acordo com a candidata, vídeos e fotos mostram apoiadores de Raylan Barroso intimidando e coagindo seus aliados durante as atividades de campanha, como caminhadas e visitas a residências. Ela também afirmou que homens mascarados, armados e supostamente servidores municipais têm seguido seus passos para criar um ambiente de medo.
“Estou vivendo um cenário de guerra. Eles tentam criar confusão e desentendimentos para destruir nossa campanha. Eu posso suportar as humilhações, mas estou preocupada com a segurança da população. Faço um apelo às autoridades e reforço que não vou desistir”, declarou Professora Áurea.
Raylan Barroso, que não pode concorrer à reeleição por estar no segundo mandato consecutivo, apoia a candidatura de Anderson Araújo (PT) como seu sucessor. Áurea denuncia que o prefeito está usando sua influência e a máquina pública para desequilibrar o pleito em favor de Araújo.
Abuso de poder e violência de gênero
A advogada Monalisa Gadelha, que defende a candidata, argumenta que Raylan Barroso comete abuso de poder político e econômico ao usar servidores públicos e recursos municipais para beneficiar seu aliado. Segundo Gadelha, a violência política de gênero, além de covarde, limita a participação plena das mulheres na vida pública e política, prejudicando a diversidade de vozes.
“A conduta do prefeito é claramente uma tentativa de agredir a candidata por ser mulher, promovendo deliberadamente a violência política de gênero. Isso não só viola os direitos de Áurea, como também enfraquece a democracia”, explicou a advogada.
Órgãos de controle são acionados
Diante das graves denúncias, a Polícia Federal, o Ministério Público Eleitoral e a Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa do Amazonas foram acionados. Caso o juiz considere procedentes as acusações de violência política de gênero, Raylan Barroso pode perder seus direitos políticos e ser impedido de exercer funções públicas. O candidato apoiado por ele, Anderson Araújo, também corre o risco de perder o registro de candidatura e ficar inelegível.
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