‘Picanha livre’: prefeito de Urucurituba beneficia empresa de secretário de produção em troca de carnes
Amazonas – O prefeito de Urucurituba, José Claudenor Pontes, mais conhecido como “Sabugo,” está mais uma vez envolvido em escândalos de irregularidades em contratos públicos, gerando preocupações quanto à conduta ética e legal de sua administração a população que o elegeu. Desta vez, as acusações se concentram na contratação da empresa R DIAS DE BENEDETTO EIRELI, pertencente ao seu atual Secretário Municipal de Produção, Assuntos Fundiários e Reforma Agrária, Alfredo da Silva de Benedetto, para o fornecimento de carne e frango para a prefeitura.
O fato que levanta sérias questões éticas é que Alfredo Benedetto ocupa uma posição de influência, supervisionando a produção rural no município, o que lhe concede um possível privilégio em relação a concorrentes em licitações. Além disso, as alegações apontam que o valor exato pago à empresa de Benedetto não foi divulgado pelo prefeito Sabugo, ao homologar os contratos no Diário Oficial dos Municípios (DOM).
O documento disponibilizado publicamente no Diário Oficial apenas especifica os itens e os valores unitários, incluindo carne do tipo charque, carne bovina do tipo coxão mole e frango semi-processado inteiro. No entanto, não há clareza sobre o montante total que a empresa de Benedetto receberá da prefeitura de Urucurituba.
Não é a primeira vez que Sabugo se encontra sob investigação. Ele já enfrentou uma série de processos no Ministério Público do Amazonas (MP-AM), Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) e outros órgãos de fiscalização, por suspeitas de crimes que incluem fraude em licitações, direcionamento em licitações, lavagem de dinheiro, corrupção e nepotismo, todos contra os interesses públicos.
O prefeito também está na mira do Ministério Público de Contas (MPC) devido a um esquema envolvendo a aquisição de gêneros alimentícios de empresas supostamente ligadas a ele e à secretária de educação do município, Lucineth Ramos Furtado. De acordo com as investigações, desde o início de seu mandato, Sabugo teria utilizado comerciantes locais para emitir notas fiscais de produtos vendidos para a prefeitura, repassando parte do valor para os comerciantes e retendo o restante.
As investigações do Ministério Público do Amazonas permanecem em segredo de justiça, mas a situação atual pode levar o prefeito Sabugo a enfrentar acusações que incluem fraude em licitação, fraude em notas fiscais, formação de quadrilha e outros crimes relacionados ao erário público. A comunidade local e a sociedade em geral estão observando de perto o desenvolvimento desses casos, que têm implicações significativas para a transparência e a integridade do governo municipal.