Opositor de Maduro, Edmundo González recebe ameaça do Ministério Público da Venezuela e pode ser preso
Manaus – O candidato opositor Edmundo González enfrenta uma nova ameaça de prisão após ser convocado pela terceira vez pelos promotores venezuelanos para depor nesta sexta-feira, 30. As autoridades imputam a González a alegação de fraude na eleição presidencial de 28 de julho na qual o ditador Nicolás Maduro, declarou-se vencedor. Na verdade, González ganhou as eleições, mas Maduro não quis entregar o poder.
De acordo com o Ministério Público da Venezuela, caso González não compareça, será emitido um mandado de prisão. O ex-diplomata já não atendeu às duas convocações anteriores, o que levou as autoridades a considerarem o risco de fuga e obstrução à Justiça.
González, por sua vez, afirma que o órgão age como um “acusador político” e que desconfia das garantias de imparcialidade no processo. Segundo ele, a intimação não especifica se está sendo chamado como acusado, testemunha ou perito, o que aumenta suas preocupações sobre a independência do Judiciário venezuelano.
Os promotores exigem que o candidato esclareça a divulgação de cópias de mais de 80% das atas de votação eleitoral, que, segundo a oposição e organismos internacionais, comprovam a vitória de González. No entanto, a ditadura venezuelana alega que esses documentos são falsos.
Além disso, o promotor-geral da República da Venezuela, Tarek William Saab, responsabiliza González pelos atos violentos ocorridos durante os protestos contra a reeleição de Maduro, que resultaram em 27 mortes, quase 200 feridos e mais de 2,4 mil prisões. Saab também acusa a líder oposicionista María Corina Machado de incitar os distúrbios, especialmente em Caracas.
González, que está em regime de clandestinidade há quase um mês, continua a rejeitar as convocações, alegando que não há garantias de um julgamento justo. Enquanto isso, a tensão política na Venezuela aumenta, com as forças policiais tentando conter os protestos nas ruas após a controversa declaração de reeleição de Maduro.
O Ministério Público anunciou em 5 de agosto o início de uma investigação contra González e María Corina Machado, acusando-os de “instigação à insurreição” e outros delitos que podem resultar em penas severas. As acusações incluem “usurpação de funções” e “falsificação de documento público”, crimes que, se comprovados, podem levar a uma sentença de até 30 anos de prisão.