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“Não ao retrocesso?”: Caio André pode ser o novo secretário de Cultura e revolta artistas do Amazonas

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Amazonas – A possível nomeação de Caio André, ex-presidente da Câmara Municipal de Manaus, para assumir a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC) do Amazonas tem gerado grande repercussão e descontentamento entre artistas, trabalhadores da cultura e figuras públicas no estado.

A decisão do governo, que será oficializada na próxima segunda-feira (27), enfrenta forte resistência de diversos setores culturais. Entre as críticas, está o histórico de Caio André, que atuou como secretário de Esporte, mas não possui relação com a área cultural. Norma Araújo, apresentadora de TV e influente defensora da cultura no Amazonas, manifestou publicamente sua indignação.

“É inaceitável colocar Caio André à frente da Cultura do Estado. Ele tem histórico no esporte, não na cultura. Isso é desrespeitoso com quem trabalha e vive disso”, disse.

Veja o vídeo: 

Além disso, grupos de artistas locais têm se mobilizado para questionar a escolha. Nos fóruns e redes sociais, questionamentos sobre como o político irá administrar a cultura do Estado, é frequente.

“Como alguém que não frequenta nossos espaços culturais pode liderar a Cultura?” e “Precisamos de alguém que compreenda e viva a cultura amazonense, não de nomeações políticas.”

Veja: 

Em contraste, alguns pedem pelo retorno de Marco Apolo, exonerado em 2024 após ser vinculado ao escândalo do “Comitê do Crime”, ocorrido em Parintins. Norma Araújo também defendeu Apolo, afirmando que ele “estava no lugar errado e na hora errada” e que “não tem envolvimento com o caso”. Segundo ela, Apolo é um verdadeiro conhecedor da cultura amazonense e tem o perfil ideal para ocupar o cargo: “Ele é artista e sabe o que fazer.”

Mobilização Contra a Nomeação

Diante do cenário, um ato pacífico está sendo organizado para o dia 27 de janeiro, em frente à sede do Governo do Amazonas. A convocação pede a participação de artistas, trabalhadores e amantes da cultura do estado para exigir um nome qualificado para a secretaria. Entre as reivindicações estão:
– Continuidade dos editais culturais já em andamento;
– Transparência nas decisões;
– Indicação de um gestor com experiência na área cultural.

O ato também destaca o descontentamento com nomeações políticas em um setor que, segundo os organizadores, não deve ser tratado como “cabide de emprego”.

O Desafio da SEC

A Secretaria de Cultura é uma pasta estratégica, responsável por fomentar e preservar a rica diversidade cultural do estado. Diante das críticas à gestão anterior de Caio André na Câmara Municipal, que foi marcada por escândalos e falta de transparência, muitos questionam sua capacidade de conduzir uma área tão sensível e complexa como a cultura.

A mobilização de artistas e a pressão popular colocam o governo do Amazonas em uma posição delicada. O desfecho deste caso será um termômetro importante para medir como o estado lidará com as demandas culturais em meio a nomeações que enfrentam forte oposição popular.

“O pior presidente da CMM”

A gestão de Caio André à frente da Câmara Municipal de Manaus (CMM) foi marcada por promessas não cumpridas, retrocessos e uma série de escândalos que deixaram um legado de descrédito público. Apesar de assumir com o discurso de renovação e transparência, sua administração foi duramente criticada pela queda no ranking de transparência do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM), pela falta de publicidade em contratos e pela ausência de mecanismos de participação cidadã.

Entre as polêmicas que marcaram seu mandato estão contratos milionários com suspeitas de superfaturamento, como os de água, internet e comunicação, além de aumentos salariais para vereadores, incluindo ele próprio, e a concessão de planos de saúde para não reeleitos. Essas práticas geraram forte revolta popular e consolidaram a percepção de que sua gestão estava mais focada em beneficiar aliados do que em atender às demandas da população.

Esses fatores indicam que Caio André não reúne os méritos necessários para ocupar posições de destaque na administração pública, já que sua trajetória recente evidencia uma priorização de interesses pessoais e políticos em detrimento do bem-estar coletivo e da responsabilidade com o dinheiro público. A sua nomeação seria um desrespeito aos princípios éticos que deveriam nortear o serviço público.


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