Ministério Público pede condenação da vice-governadora do DF e de três ex-deputados ligados a esquema de propina
Brasil – O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) solicitou, no último dia 4, a condenação da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), e de três ex-deputados distritais – Cristiano Nogueira Araújo, Júlio César Ribeiro e Renato Andrade dos Santos – por envolvimento em um esquema de corrupção passiva. A denúncia tem origem na Operação Drácon, deflagrada em 2016, que investigou um esquema de propina ligado à destinação de sobras orçamentárias na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
De acordo com o MP, os quatro políticos são acusados de participar de negociações ilegais que envolviam propinas em troca de destinar R$ 30 milhões para empresas prestadoras de serviço à Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Na época dos acontecimentos, Celina Leão ocupava o cargo de presidente da CLDF, e os demais réus faziam parte da Mesa Diretora. A vice-governadora do DF, que atualmente é vista como uma possível candidata ao governo nas eleições de 2026, nega as acusações e afirma confiar na justiça.
Em nota, Celina declarou: “Tomei conhecimento do parecer do Ministério Público e espero que o restante do julgamento transcorra com imparcialidade. Tenho plena confiança na justiça e que todas as decisões serão tomadas com firmeza e respeito à legalidade”. A defesa dos outros acusados também nega qualquer envolvimento ilícito. Cristiano Araújo, atual secretário de Turismo do DF, afirmou que o processo está sendo acompanhado de perto e que sua inocência será provada.
Os desdobramentos da Operação Drácon já afastaram temporariamente os envolvidos de seus cargos em 2016, e agora o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) deve decidir pela condenação ou absolvição dos réus. Se condenados, além de enfrentar penas agravadas por corrupção passiva devido ao cargo público que ocupavam, os quatro ainda podem ser obrigados a pagar mais de R$ 3 milhões em ressarcimento ao erário.
A possível condenação pode ter repercussões políticas significativas, principalmente para Celina Leão, que desponta como uma das principais lideranças de direita no Distrito Federal e cotada para disputar o governo em 2026. Se condenada em um processo transitado em julgado, ela pode se tornar inelegível pela Lei da Ficha Limpa, o que afetaria diretamente suas ambições políticas.
O escândalo, conhecido como “UTIgates”, fez barulho quando estourou em 2016, atingindo em cheio a Câmara Legislativa. Agora, os holofotes voltam para o Tribunal, que decidirá o destino político dos envolvidos. A condenação ou absolvição desses líderes pode definir o futuro do cenário político do Distrito Federal, enquanto o julgamento permanece sem data marcada.