Lula se reúne com ministros de Estado para tratar da alta do dólar
Brasil – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizará uma reunião crucial nesta quarta-feira (3/6), às 16h30, com os principais ministros da área econômica de seu governo. O encontro, que acontecerá no Palácio do Planalto, terá como pauta central a recente alta do dólar, exacerbada pelas críticas frequentes de Lula ao Banco Central (BC).
Participarão da reunião os seguintes ministros e secretários:
- Rui Costa, ministro da Casa Civil;
- Fernando Haddad, ministro da Fazenda;
- Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento;
- Esther Dweck, ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos;
- Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda;
- Bruno Moretti, secretário especial de análise governamental da Casa Civil.
Nos últimos meses, o real foi a quinta moeda que mais se desvalorizou globalmente em 2024, de acordo com um levantamento da Austin Rating. A situação econômica se agravou após os constantes ataques de Lula ao BC, questionando sua independência e políticas monetárias.
Em resposta, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou na quinta-feira (27.jun.2024) que a alta do dólar está diretamente relacionada ao aumento da percepção de risco no Brasil. Segundo Campos Neto, o mercado de câmbio não apresenta disfuncionalidades que justifiquem uma intervenção do BC até o momento.
Paralelamente, o governo Lula está considerando uma revisão abrangente dos gastos do Orçamento público, com a equipe econômica adotando uma abordagem de “brainstorming” para avaliar todas as possibilidades de cortes. Entre as opções discutidas estão:
- Previdência dos militares: A ministra Simone Tebet já mencionou a possibilidade de revisão. No entanto, enfrenta forte oposição das Forças Armadas, com o ministro da Defesa, José Múcio, assumindo papel ativo nas negociações.
- Custeio dos ministérios: A redução do orçamento dos ministérios enfrenta resistência interna. Ministros frequentemente solicitam mais recursos, e há descontentamento quando esses pedidos não são atendidos.
- Benefícios trabalhistas: Alterações em categorias de benefícios são controversas, pois podem impactar negativamente a popularidade de Lula, sendo percebidas como prejudiciais aos trabalhadores.
- Salário mínimo: Parte da equipe econômica sugere desindexar a valorização de alguns benefícios sociais e trabalhistas, uma medida fortemente rejeitada pelo PT.
Créditos: Poder360