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Escândalo: MP-AM prorroga investigação contra Arthur Neto por afundar Manaus em dívidas de R$ 3,2 bilhões

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Amazonas – O Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) anunciou, nesta sexta-feira (14), a prorrogação das investigações sobre o elevado endividamento do município de Manaus, com um foco particular nas gestões do ex-prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB). O inquérito, que já corre desde 2020, visa apurar a origem e a escalada da dívida municipal, que, segundo documentos oficiais, saltou de R$ 378,4 milhões, em 2012, para um alarmante montante de R$ 3,2 bilhões em 2020 – ano em que Virgílio Neto deixou o cargo.

A decisão de prorrogar o inquérito foi formalizada pelo Promotor de Justiça Timóteo de Almeida, que considera imprescindível a realização de diligências adicionais para concluir a apuração sobre o endividamento do município. O inquérito tem como foco o período de 2013 a 2020, quando Virgílio esteve à frente da Prefeitura de Manaus. As investigações foram publicadas no Diário Oficial do MP-AM, o que reforça o compromisso da instituição com a transparência e a responsabilidade fiscal.

Os números são claros e preocupantes: a dívida de Manaus quase multiplicou por 10 durante a gestão do ex-prefeito, em um período de crescimento econômico nacional e ampliação de recursos federais. Esse aumento vertiginoso das dívidas, que de acordo com o inquérito é “exacerbado”, coloca em xeque a gestão de Virgílio Neto e levanta sérias questões sobre a sua administração dos recursos públicos. Afinal, como o ex-prefeito permitiu que a capital amazonense chegasse a um nível de endividamento tão elevado, sem que houvesse uma solução eficiente para conter esse crescimento?

Se por um lado o ex-prefeito tem se posicionado como defensor da boa administração pública e da “herança maldita” deixada por administrações anteriores, por outro, os números de sua própria gestão mostram uma realidade bem diferente. O aumento desenfreado da dívida pública de Manaus é apenas a ponta do iceberg de uma gestão marcada pela falta de transparência fiscal e pela incapacidade de manter as finanças da cidade sob controle. Com o aumento das dívidas e a cobrança de juros altíssimos, o município, que já enfrenta sérias dificuldades na infraestrutura e na saúde pública, poderá ver seus problemas financeiros se agravarem ainda mais.

Esse quadro de endividamento não é apenas um reflexo de má gestão, mas também um alerta para os futuros gestores da cidade, que precisarão lidar com as consequências de uma administração que não conseguiu administrar de maneira eficaz os recursos públicos. A dívida de R$ 3,2 bilhões, embora ainda em fase de investigação, representa um fardo que será carregado pela população de Manaus, que sofrerá com a escassez de investimentos em áreas essenciais.

O Ministério Público agora tem a responsabilidade de aprofundar as investigações e esclarecer a origem e a destinação desses recursos, que poderiam ter sido usados de forma mais eficaz em benefício da população. A prorrogação das apurações é uma oportunidade para que o MP-AM descubra o que realmente aconteceu nos bastidores da gestão do ex-prefeito e se, de fato, houve negligência ou até mesmo mal uso dos recursos públicos.

Em um momento onde a transparência e a responsabilidade fiscal nunca foram tão exigidas pela população, as gestões públicas devem ser mais do que cuidadosas com as finanças. Elas devem ser eficientes, responsáveis e comprometidas com o bem-estar coletivo. O legado de Arthur Virgílio Neto, com uma dívida pública estratosférica e uma gestão criticada pela falta de planejamento financeiro, não pode ser ignorado. As investigações estão em andamento, e a sociedade espera que o MP-AM não apenas apure os fatos, mas também garanta que a justiça seja feita.

Enquanto isso, a cidade de Manaus continua pagando o preço pela gestão do ex-prefeito, com uma dívida que deverá ser enfrentada nas próximas décadas. A pergunta que fica é: como o ex-prefeito permitirá que essa herança fiscal seja herdada pelas futuras gerações de manauaras?

Confira a decisão:


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