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Dilma é citada na delação de Danielle Fonteles.

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BRASÍLIA – Trechos da delação premiada da publicitária Danielle Fonteles, uma das sócias da agência Pepper Interativa, que contém referências a presidente Dilma Rousseff já foram enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF), segundo disse ao GLOBO uma fonte que acompanha o caso de perto. Caberá ao STF, a partir do parecer da Procuradoria-Geral da República, decidir se abre ou não investigação sobre o caso.

Foto: Reprodução. Danielle Fonteles, uma das sócias da agência Pepper Interativa.

Em acordo de colaboração, firmado na Operação Acrônimo, Danielle falou sobre movimentações financeiras das campanhas da presidente em 2010 e 2014. As declarações da publicitária também implicariam o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT) e o empresário Benedito de Oliveira, o Bené, investigados na Operação Acrônimo. A informação sobre o acordo foi divulgada pela “Folha de S. Paulo” e confirmada por duas fontes ligadas às investigações.

A Operação Acrônimo teve início em maio do ano passado e mirou empresários que doaram para partidos políticos na campanha de 2014. O principal alvo foi Bené, dono de gráfica em Brasília, uma das quatro pessoas presas na primeira ação.

CONTRATO FICTÍCIO

Danielle decidiu fazer acordo de delação depois de tomar conhecimento das acusações de executivos Otávio Azevedo e Flávio Barra, da Andrade Gutierrez, sobre parte das movimentações financeiras das campanhas da presidente. Em depoimentos na Lava-Jato os dois teriam dito que a empreiteira repassou mais de R$ 6 milhões para a campanha de Dilma em 2010 a partir de um contrato fictício de prestação de serviços com a Pepper.

A empreiteira teria feito os pagamentos à agência a pedido de Pimentel, um dos coordenadores da campanha de Dilma em 2010. A Pepper prestou serviços ao PT nas duas últimas campanhas presidenciais. As relações entre a empresa e Fernando Pimental são um dos alvos centrais da Operação Acrônimo. A partir da operação a PF investiga se empresas fizeram pagamentos indevidos a mulher do governador e à campanha dele ao governo de Minas em 2014.

Em nota divulgada no início do mês, quando surgiram informações sobre a delação dos executivos da Andrade Gutierrez, José De Filippi Jr., coordenador financeira da campanha de Dilma em 2010, negou qualquer irregularidades nas transações com a Pepper. Segundo a nota, “os serviços prestados pela empresa Pepper à campanha de 2010 da presidente Dilma Rousseff foram regularmente contabilizados nas prestações de contas aprovadas pelo TSE”.

No texto, Filippi Jr. afirmou ainda que durante a campanha de 2010 pagou R$ 6,4 milhões pelos serviços prestados pela Pepper. Procurado pelo GLOBO, o advogado Cleber Lopes, responsável pela defesa de Daniele, negou que a cliente tenha firmado acordo de delação premiada.

— Não estou sabendo deste acordo — disse.

O advogado Eugênio Pacceli, que assumiu a defesa de Pimentel na Operação Acrônimo na semana passada, disse não saber se existe ou não delação. Mas, para ele, isso não representa motivo de preocupação.

— Não me preocupa em nada (com acordo de Danielle). Primeiro porque não sei se houve delação. Segundo porque o governador nada tem a esconder em relação a Pepper — disse.


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