Denúncia na Polícia Federal de “Caixa 2” contra Maria do Carmo e Alberto Neto ganha repercussão nacional
Por Gomes em 23 de outubro de 2024 às 11:22
Brasil – Uma denúncia envolvendo o candidato à prefeitura de Manaus, Capitão Alberto Neto (PL), e sua vice, Maria do Carmo (Novo), está gerando grande repercussão nacional. O articulador Ronaldo Fernandes (Novo), que concorreu como candidato a vereador pelo partido Novo e também coordenador da campanha de Alberto, protocolou uma queixa à Polícia Federal e ao Ministério Público, acusando a dupla de diversos crimes eleitorais. A informação foi noticiada pelo o Globo com a manchete “Eleições Manaus: Articulador denuncia Capitão Alberto e vice por supostos crimes eleitorais”, publicado por Rodrigo Castro nesta quarta-feira (23/10),
De acordo com Fernandes, que se posicionou contrariamente ao cenário eleitoral da cidade, a denúncia surge da suposta existência de um “caixa dois”, abuso de poder político e econômico, além do uso de empresas vinculadas a Maria do Carmo para fins ilícitos em sua campanha. Ronaldo apresenta como evidência um conjunto de documentos, áudios e capturas de tela de conversas que, segundo ele, fundamentam suas alegações.
O relato de Fernandes indica que ele foi convidado a assumir a coordenação da campanha de Alberto e Maria do Carmo levando em consideração sua influência nas comunidades locais. Em contrapartida, ele exigiu que a empresária financiaria sua candidatura a vereador, uma proposta que teria sido aceita. A negociação inicial previa um aporte financeiro de R$ 1,4 milhão, que daria suporte a ambas as campanhas.
Os advogados de Fernandes revelam que os repasses de recursos começaram em abril, com uma primeira transferência de R$ 340 mil para a pré-campanha. Contudo, o valor destes repasses aumentou ao longo da campanha, alcançando um total de R$ 240 mil mensais para o pagamento de cabos eleitorais. Esse esquema envolveria uma estrutura de 20 líderes e 200 ativistas que atuariam no levantamento de votos. Fernandes levanta a denúncia de que esses recursos foram ocultados, sem registro nas contas oficiais da campanha, desrespeitando a legislação eleitoral que exige a prestação de contas até 5 de novembro.
Outra irregularidade notada por Fernandes se refere a uma transferência de R$ 22 mil da conta do Centro de Estudos Jurídicos do Amazonas, a Faculdade Santa Teresa, do qual Maria do Carmo é sócia, valor que também não constaria nas declarações financeiras, podendo configurar o crime de caixa dois.
O documento apresentado ao Ministério Público expõe ainda um “clima de tensão” entre os cabos eleitorais e os líderes de equipe, particularmente após a constatação de que os valores prometidos não foram totalmente cumpridos. Em um áudio que circulou entre os membros da equipe, Maria do Carmo ameaçava mostrar seu lado “barraqueira” em caso de descontentamento, e a presença de seguranças privados em reuniões traz à tona acusações de coação eleitoral.
Os pleitos da denúncia incluem a solicitação de um procedimento investigativo para apurar as alegações de crimes eleitorais, bem como uma ação eleitoral visando a potencial inelegibilidade de Alberto e Maria do Carmo. Fernandes também pede condenações penais por corrupção eleitoral ativa, coação eleitoral, falsidade ideológica eleitoral, abuso de poder econômico, captação ilícita de sufrágio, caixa dois, uso indevido de recursos de pessoas jurídicas, e formação de organização criminosa.
Até o fechamento desta matéria, a assessoria da campanha de Alberto Neto e Maria do Carmo não se manifestou sobre as acusações, embora o espaço continue disponível para resposta. Enquanto isso, a situação se desdobra em um clima de incertezas para os candidatos, à medida que a Justiça investiga as alegações. A sociedade acompanha atentamente, já que escândalos dessa natureza podem impactar significativamente o cenário político local e nacional.
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