Damares deseja se tornar presidente do Senado e endurecer Código Penal contra assassinos de Moïse
Brasil – A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, deseja se tornar a primeira mulher presidente do Senado e propor ampla reforma no código penal. A fala ocorreu na última quinta-feira (3/1) após ela lamentar a morte do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, espancado em um quiosque da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. A ministra disse querer uma dura pena para os culpados.
“Todo mundo me quer senadora, porque todo mundo quer uma mulher presidente do Senado. E eu quero chegar lá para ser a primeira mulher presidente do Senado e propor a ampla, irrestrita e maior reforma do código penal da história do país”, disse.
Nesta semana, foram divulgadas imagens de uma câmera de segurança que mostram o momento em que o jovem de 24 anos é agredido até a morte.
“Quando está em fase de investigação, o ministério não traz a público sua participação para não interferir na ponta na investigação. Mas a gente está, desde o primeiro momento que o ministério foi acionado, acompanhando este caso, e aqui a gente lamenta a barbaridade que a gente viu naquelas imagens. Chega de violência nesta nação. Vamos acompanhar até o final, inclusive a punição, a gente quer pena”, disse a ministra.
De acordo com ela, sua pasta já tomou providências a respeito do assassinato do congolês e pretende “promover a atuação institucional no âmbito de sua competência”.
“Há uma cobrança muito grande para que a ministra se manifeste em todos os casos, mas cada caso é cuidado por uma secretaria, imediatamente quando somos acionados”, afirmou.
Caso Moïse
A morte do congolês gerou comoção nacional, especialmente pelo caráter violento das imagens. A família de Moïse diz que ele foi espancado até a morte por ter cobrado diárias que estavam atrasadas no quiosque.
Segundo os parentes, o congolês trabalhava no quiosque, na altura do posto 8, onde teria sofrido agressões presenciadas por cerca de cinco homens, incluindo um que naquele momento atuava como gerente.
A Polícia Civil prendeu, na terça-feira (1), ao menos três criminosos envolvidos assassinato.
Um dos assassinos presos afirmou à polícia que agiu motivado por raiva, porque a vítima estava bebendo muito e “perturbando há alguns dias”.
Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, 27, disse em depoimento que “resolveu extravasar a raiva que estava sentindo” e que, por isso, bateu no congolês com um taco de beisebol.
O suspeito afirmou que trabalhava com Moïse no quiosque Biruta, na Barra da Tijuca. Segundo ele, o estabelecimento pertence a um policial militar, que também foi intimado a depor.
Antes, o congolês era funcionário do quiosque vizinho, o Tropicália, onde ocorreu o crime. O dono do empreendimento disse em depoimento que o dispensou depois que Moïse apareceu embriagado no trabalho.