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Bela e teimososa a ex-namorada de Arthur Bisneto, mesmo sendo do PSDB se nega a apoiar o governo Temer,

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A ex-namorada do deputado federal Arthur Bisneto (PSDB), a deputada Shéridan Estefany, que votou pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), mas com seu partido tendo três ministros no governo, se recusa a apoiar Michel Temer (PMDB). “O PT e o PMDB erraram juntos, não vejo como dissociar”, disse a tucana em entrevista ao Estado, declarando-se simpática a uma “nova eleição”.

Na entrevista (leia a baixo) Shéridan Estefany, fala de sua antipatia pelo ministro do Planejamento, Romero Jucá, filho político da mesma Roraima, de onde ela foi eleita.

A deputada diz que Dilma poderia ter imprimido a história dela, mas acabou se submetendo ao que já estava instalado, como a corrupção institucionalizada. “Sinto muito por ela, como mulher, mas a política é uma opção de vida muito vulnerável, você não tem solidez, nem segurança no contexto.”

Entrevista 

Faltou uma deputada do PSDB – que tem três ministros – no encontro que o mundo feminino parlamentar teve com o presidente interino Michel Temer na última quinta-feira. Shéridan Estefany, de Roraima, não foi. Uma das bonitonas da Câmara, ela é tucana de oposição à presidente afastada Dilma Rousseff e, também, ao presidente em exercício Michel Temer, com especial antipatia pelo ministro do Planejamento, Romero Jucá, filho político da mesma Roraima.

Shéridan queria ter uma boa história para explicar seu primeiro nome – uma homenagem de sua avó à atriz americana Ann Sheridan, por exemplo, ou de seu avô ao licor irlandês Sheridan’s, ou ainda qualquer outro relato com algum tipo de glamour. “Mas eu não tenho”, lamentou, na sala de café anexa ao plenário da Câmara. “Nas vezes em que perguntei, minha mãe, Eridan, não tinha um motivo especial, a não ser que gostava do sh”, completou, sorrindo, com a voz macia que sabe modular ao ritmo da conversa.

A deputada estreante tem 32 anos, duas filhas e 61 quilos bem distribuídos em 1,74 m. Como nem tudo é perfeito, Shéridan responde, no momento, a duas ações por improbidade administrativa, que tramitam no Tribunal de Justiça de Roraima. Acompanha-a, nos feitos, como igualmente réu, seu ex-marido e pai de sua filha mais nova, o engenheiro e ex-governador de Roraima José de Anchieta Júnior. “Vou provar minha inocência quando for notificada”, disse a deputada proporcionalmente mais votada do Brasil, como sempre faz questão de frisar. “São acusações políticas – e estamos nos defendendo”, disse o ex-governador.

Shéridan foi uma dos 367 parlamentares que aceitaram o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff na histórica votação de 17 de abril. Foi a primeira das 53 deputadas a votar, com um blazer amarelo-gema que realçou a atenção dos pares: “Pelo resgate da esperança que foi roubada do povo brasileiro. Por essa geração e pelas próximas gerações. Pelo meu Estado de Roraima, eu voto sim, eu voto pelo Brasil”.

No café, meneando os cabelos compridos e sedosos, a deputada externou seus motivos: “A Dilma poderia ter imprimido a história dela, mas acabou se submetendo ao que já estava instalado, como a corrupção institucionalizada”, disse. “Sinto muito por ela, como mulher, mas a política é uma opção de vida muito vulnerável, você não tem solidez, nem segurança no contexto.” Citou, então, uma frase de Shakespeare, que conferiu no Google: “Os covardes morrem várias vezes antes de sua morte, mas o homem corajoso experimenta a morte uma única vez”. Significa, explicou, que “a Dilma não foi corajosa o suficiente para mudar a história”.

Nascida em Boa Vista, Shéridan foi mãe com 16 anos – de Júlia, hoje com 15 –, com um primeiro namorado. Em 2004, casou-se com o engenheiro Anchieta Júnior, 19 anos mais velho, cearense de Jaguaribe e, como o pernambucano Romero Jucá, seu adversário político, roraimense de coração.

Anchieta elegeu-se vice-governador do tucano Ottomar Pinto em 2006 – derrotando o peemedebista Jucá –, e virou governador quando Ottomar Pinto morreu, em dezembro de 2007. “Eu estava de resguardo de Lara, recém-nascida”, lembrou a deputada, olhando para o escarpin vermelho, número 37.

Como primeira-dama e secretária de Promoção Humana e Desenvolvimento, a também psicóloga dedicou-se a programas sociais. Um deles, o Rede Viva, com foco nos deficientes, ganhou prêmio da Unicef.

Presente. No dia 11 de abril de 2010 – 26 anos da primeira-dama – um Learjet contratado do governo Anchieta Júnior decolou às 11h30 de Boa Vista. Pousou no Rio de Janeiro às 17h53. Embarcou o presente de Shéridan, decolou de volta às 21h11, aterrissando na capital à 0h54. Desceu, animado, o corpanzil dançante do MC Sapão (ou Jefferson Fernandes Luiz) – um dos mais prestigiados do funk carioca, autor, entre outros, do hit Vou desafiar você (28 milhões de visualizações no YouTube).

Foi o presente de aniversário de Shéridan. Hoje é uma ação civil pública por ato de improbidade administrativa, ajuizada pelo Ministério Público de Roraima. Está na 2.ª Vara da Fazenda Pública. Anchieta e Shéridan, entre outros, são acusados “de utilização indevida de aeronave do governo do Estado para transportar o cantor MC Sapão, contratado para cantar na festa de aniversário da primeira-dama”.

Shéridan disse que não lhe cabe falar sobre esse processo. “Afinal, foi uma surpresa, um presente, e eu nada tive a ver com isso”, afirmou. “Só soube, depois, que o MC pegou uma carona no avião.”

Seu ex-marido, o ex-governador Anchieta, explicou: “Foi realmente uma festa-surpresa que eu quis proporcionar a ela. O artista pegou uma carona no avião do Estado, que por acaso estava no Rio de Janeiro”. Em fevereiro deste ano, a Justiça de Roraima determinou a indisponibilidade de bens do ex-casal, no valor de RS 40 mil, gasto aproximado das despesas do avião (que consumiu, na viagem, 6.680 litros de combustível, mais piloto e copiloto).

A outra ação por improbidade, também na 2.ª Vara da Fazenda Pública, pronta para a sentença, denuncia Anchieta e Shéridan, entre outros réus, por “fraude na titulação de terras públicas” ao tempo em que eram governador e primeira-dama.

Segundo a denúncia do Ministério Público de Roraima, “não resta dúvida de que houve a fraude para a concessão dos títulos definitivos que beneficiaram Anchieta e Shéridan, uma vez que não detinham a posse da terra, e tampouco desenvolviam atividade agrícola”. Sobre essa ação, a deputada falou: “Está tudo regular e o processo é um absurdo”. Anchieta concorda: “Não há nenhuma ilegalidade”. A Justiça é que vai decidir.

Divorciaram-se no começo de 2015 – ela deputada, ele sem mandato, por não ter conseguido eleger-se senador. São bons amigos, dizem ambos. Shéridan teve um namoro com o colega deputado Artur Virgílio Bisneto, também divorciado. Acabou, disse ela, e continuam bons colegas.

No momento solteira, a deputada mora com Júlia e Lara em Brasília. Mantém a ponte aérea com o Estado que a elegeu – e a independência em relação a algumas orientações do PSDB – como a de apoiar o governo Temer. “A Shéridan foi uma excelente mulher, é uma grande parceira, grande mãe, e grande política, com muito futuro pela frente”, vaticina José de Anchieta.

Matéria do Fato Amazonico http://www.fatoamazonico.com/site/noticia/ex-namorada-de-arthur-bisneto-mesmo-sendo-do-psdb-se-nega-a-apoiar-o-governo-temer-e-diz-ser-simpatica-a-nova-eleicao/


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