Andrew dos Cativos, parceiro de ‘esquemas’ do Pai Resgatando Vidas, quer ser vereador em Itacoatiara; veja polêmicas
Manaus – O influencer Andrew Gabriel Aguiar, filho dos pastores Arison e Nívea Aguiar, donos do projeto “Resgatando os Cativos”, que já foi alvo da Polícia Federal, tornou-se pré-candidato a vereador em Itacoatiara. No entanto, o pré-candidato tem sido duramente criticado por inúmeras polêmicas que vão desde Operação da PF, esquema do ‘Jogo do Tigrinho’, até acusações de ameaça e violência contra a parceira.
Atualmente, Andrew Gabriel se filiou ao partido Avante e está usando o nome do projeto dos pais para fazer a propaganda eleitoral como “Andrew Gabriel dos Cativos”, seu nome de candidatura. Além disso, ele está recebendo apoio do próprio prefeito da cidade, Mário Abrahim. Veja:
Polêmicas
No entanto, além da família já ter sido alvo da PF na “Operação Cativos”, outras ligações obscuras e operações policiais ligadas aos “amigos do projeto” também fazem parte do histórico de Andrew Gabriel. Segundo a PF, os responsáveis pelo instituto ‘Resgatando os Cativos’ submetiam os internos a condições degradantes de higiene, sem alimentação adequada, além de realizarem a exploração da imagem deles nas redes sociais. Todavia, as investigações não pararam por aí.
As conexões entre Andrew Gabriel Aguiar e Wilson Bastos, filho do dono do projeto ‘Pai Resgatando Vidas’, eram próximas. Há relatos de pessoas dentro da ONG que diziam que Andrew passava mais tempo em Manaus, gastando o dinheiro das doações do projeto com rolês com Wilson Bastos, do que ficava dando assistência no projeto “Resgatando os Cativos”. Veja:
Além das condições precárias enfrentadas pelos internos, as autoridades também apuraram que os pastores responsáveis pelo instituto estariam explorando a imagem dos pacientes em transmissões ao vivo nas redes sociais, com o intuito de angariar engajamento e recursos financeiros de doadores.
Apenas três meses após a operação da PF, outra parceira da ONG ‘Resgatando os Cativos’ foi alvo da Polícia Civil em Manaus. A operação “o Pai Tá OFF”, teve como alvo o instituto ‘Pai Resgatando Vidas’, em Manaus, que desarticulou as atividades de Marcos Bastos, acusado de se aproveitava da situação de vulnerabilidade de moradores de rua adictos para obter doações e vantagens financeiras. O esquema criminoso movimentou mais de R$ 20 milhões entre 2019 e 2024 e também revelou abusos sexuais contra pessoas em situação de vulnerabilidade, incluindo menores de idade.
Além da Operação “O pai tá OFF”, Marcos Bastos e seus familiares, do Projeto Pai Resgatando Vidas, são acusados de estelionato após sumirem com os carros da autônoma Ângela Maria em Manaus. A dona Ângela Maria afirma que foi vítima de um golpe. Ela relata que alugou o primeiro carro modelo Onix de cor branca para Emerson Bastos, primo de Marcos Bastos, e depois de dois meses alugou outro veículo de modelo Gol. Segundo a denunciante, ambos os carros estiveram sobre uso tanto do projeto “Resgatando Vidas”, em Manaus, quanto também do “Resgatando os Cativos”, em Itacoatiara.
Emerson Bastos encontrou o anúncio na OLX, em seguida alugou os dois veículos, e deixou de pagar o aluguel. Ele removeu os GPS dos veículos, o que chamou a atenção da dona Ângela, que descobriu que teria caído em um golpe envolvendo outras pessoas, como Wilson Bastos e seu pai, Marcos Bastos, fundador do Instituto Social Pai Resgatando Vidas. O caso se arrasta por anos, com Marcos Bastos se contradizendo diversas vezes e Wilson lucrando com sua empresa BOTOCAR VEICULOS LTDA (CNPJ:42314525000141), onde usava os carros roubados. E era justamente Wilson Bastos, amigo de Andrew Aguiar quem mais era visto com os carros de dona Ângela. Veja vídeo:
Land Rover de Marcos Bastos com a família Aguiar
Outra situação muito esquisita durante a Operação ‘o Pai tá OFF’, foi que um dos carros de luxo, uma Land Rover Vermelha, registrada no nome de Marcos Bastos, antes de ser apreendida, foi encontrada em Itacoatiara com a família dos pastores donos da “Resgatando os Cativos”. Segundo informações da imprensa local de Itacoatiara, era Andrew Gabriel Aguiar e seu pai, Arison Aguiar, que constantemente eram vistos dirigindo o carro. Veja vídeo:
Outras polêmicas
As polêmicas envolvendo Andrew Gabriel Aguiar não param por ai. O jovem também foi acusado de ter agredido a própria esposa, Jessiely Ramos. Quem realizou o boletim de ocorrência foi a mãe da jovem. O caso aconteceu no dia 04/10/2021. E foi registrado como “Ameaça (Violência Domestica) consumado, doloso. Natureza Jurídica: Art. 147 do CP8 c/c Art. 41 e 7″, II da Lei 11.340/2006”.
Segundo o que Boletim de Ocorrência informava na época, Jessiely estava namorando com Andrew há cerca de 4 anos, mas que eles haviam terminando. Não aceitando o final do relacionamento, Andrew xingou e agrediu com empurrões e puxões de cabelo a jovem Jessiely e que as agressões foram mais de uma vez, levando a mãe da jovem a registrar o B.O. Veja:
Relativização do tráfico
Questionado por seus seguidores após supostamente ter tirado fotos e gravando vídeos com traficantes, Andrew defendeu o contato com bandidos dizendo que “crime é transparência, sim” e “qual é o problema?”. Veja vídeo:
‘Jogo do Tigrinho’
Apesar do caso de violência em 2021, atualmente o casal continua junto. E agora, em 2024, outra polêmica surge envolvendo as redes sociais do casal. A jovem Jessiely também printada divulgando o polêmico ‘Jogo do Tigrinho’, supostamente por influência do namorado.
Jogos de azar, como o do Tigrinho, são proibidos no Brasil por lei há muitos anos, pelo decreto-lei Nº 9.215, de 30 de abril de 1946 e muitas operações da policiais já foram deflagradas contra influencers que divulgaram a plataforma. O advogado e professor de Direito da Fundação Getúlio Vargas Daniel Dias lembra que a aprovação da Lei 14.790/2023, conhecida como ‘Lei das Bets’, não regularizou esse tipo de jogo. “O ‘Jogo do Tigrinho’ e os cassinos online não possuem previsão na lei. O que foi legalizado é jogo de cota fixa. O anúncio viola Lei Municipal, Código de Defesa do Consumidor, Lei de Contravenções Penais”.
Diante de inúmeras controvérsias e episódios polêmicas, a maior parte da população em Itacoatiara recebeu com perplexidade que o pré-candidato esteja recebendo dinheiro público de fundo partidária para realizar uma campanha tão descarada usando o próprio nome da ONG de seus pais, que já foi investigada pela Polícia Federal.