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Aliado de Lula é acusado de criar “IBGE Paralelo” e gerar crise Institucional

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Aliado de Lula é acusado de criar "IBGE Paralelo" e gerar crise Institucional

Brasil – A gestão de Márcio Pochmann à frente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está no centro de uma nova polêmica. O presidente, indicado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enfrenta severas críticas após a criação da Fundação IBGE+, uma entidade de apoio vinculada ao instituto, mas que tem gerado acusações de ser um “IBGE paralelo”. A medida, que busca modernizar e fortalecer o órgão, está sendo vista com desconfiança por servidores e pelo sindicato que os representa.

Criada em 2024 como uma fundação pública de direito privado, a Fundação IBGE+ tem como objetivo promover a inovação tecnológica e apoiar as atividades do IBGE. Segundo Pochmann, sua implementação foi debatida no Conselho do IBGE e amplamente divulgada nos canais oficiais do órgão. Ele defende que a entidade permitirá o acesso a recursos externos, essenciais para o avanço tecnológico e a consolidação do IBGE como uma Instituição de Ciência e Tecnologia.

Entretanto, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do IBGE (ASSIBGE) acusa a gestão de autoritarismo, alegando que o quadro técnico não foi consultado adequadamente. O sindicato também alerta para o risco de perda da autonomia técnica do IBGE, afirmando que a fundação poderia interferir nas pesquisas e na credibilidade do instituto.

Crise na liderança do IBGE

A polêmica em torno da Fundação IBGE+ intensificou a crise que já permeava a gestão de Márcio Pochmann. Em 7 de janeiro, dois diretores de pesquisa, Elizabeth Hypolito e João Hallak Neto, foram demitidos. Segundo nota oficial, a decisão não teve seus motivos detalhados, mas o sindicato atribui as demissões às discordâncias com as políticas da gestão.

O episódio levou à publicação de uma carta assinada por gerentes, coordenadores e ex-diretores do IBGE, denunciando o que consideram práticas autoritárias e prejudiciais à autonomia do órgão. Além disso, greves e manifestações por parte dos servidores vêm se tornando frequentes.

A criação da Fundação IBGE+ também alimentou críticas da oposição ao governo Lula. O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que as estatísticas do IBGE, como as taxas de desemprego, não são confiáveis. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, rebateu, ressaltando que a metodologia do IBGE segue padrões mantidos desde 2012, inclusive durante a gestão Bolsonaro.

Não é a primeira vez que a gestão Pochmann enfrenta problemas. Em 2024, o instituto publicou uma edição do Atlas Geográfico Escolar com erros graves em mapas e informações geológicas, gerando um desgaste significativo. Na ocasião, o IBGE reconheceu as falhas e emitiu uma errata.

Diante da escalada de tensões, o sindicato convocou uma reunião online para o dia 23 de janeiro de 2025. Entre os temas a serem discutidos estão a criação da Fundação IBGE+, as críticas à gestão Pochmann e as estratégias para preservar a autonomia e a integridade do IBGE.


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