1º de Abril: do Monotrilho à Cidade Universitária; relembre as maiores mentiras de políticos do AM; veja vídeo
Amazonas – Neste dia 1º de Abril, considerado o “Dia da Mentira” no Mundo a população da região metropolitana na cidade de Manaus amarga um vazio enorme resultante das duas maiores mentiras já prometidas por políticos do estado do Amazonas, que são o “Monotrilho da Copa do Mundo” e a Cidade Universitária em Iranduba. A população não pôde deixar de lembrar as promessas vazias e os projetos inacabados que assombram a cidade e o Estado até os dias de hoje.
Um desses projetos emblemáticos é o monotrilho, prometido pelo então governador da época e agora senador Eduardo Braga (MDB) e pela gestão do finado político Amazonino Mendes. Em fevereiro de 2012, a Secretaria de Infraestrutura do Amazonas assinou contrato com um consórcio para a construção do meio de transporte, prevendo a operação de 10 trens de seis carros em um trajeto de 20 quilômetros. No entanto, devido a denúncias de irregularidades, em 2013, a Justiça Federal do Amazonas cancelou a licitação do monotrilho, atendendo a um pedido do Ministério Público Federal. Desde então, o silêncio tomou conta das discussões sobre um novo sistema de transporte público em Manaus, deixando para trás os sonhos de modernização da cidade.
Após a saída de Amazonino da prefeitura, Arthur Virgílio Neto assumiu o cargo, mas o prazo para construir o BRT havia expirado. Diante disso, Arthur optou por reformar as antigas plataformas do Expresso, adaptando o sistema de ônibus existente para atender à demanda da Copa do Mundo. Após o evento esportivo, tanto Arthur quanto Eduardo Braga nunca mais mencionaram a implementação de um novo sistema de transporte público em Manaus. Enquanto isso, o projeto do monotrilho, inicialmente orçado em R$ 1,4 bilhões, permaneceu apenas no papel, mas mesmo assim consumiu R$ 10,4 milhões dos recursos do Tesouro do Estado do Amazonas.
Os últimos pagamentos, no valor de R$ 1.144.919,65 foram feitos este ano pela Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra), responsável pela contratação do Consórcio Monotrilho Manaus, formado pelas empreiteiras CR Almeida S/A Engenharia de Obras, Mendes Junior Trading e Engenharia S/A, Serveng Civilsan S/A Empressas Associadas de Engenharia, e a Scomi Engineering Bhd, empresa da Malásia que forneceria os carros do monotrilho.
Cidade Universitária “Fantasma”
Outro exemplo flagrante do descaso e desperdício de recursos públicos é o caso da conhecida “Cidade Universitária”, um projeto anunciado pelo governo estadual com a promessa de impulsionar o desenvolvimento educacional na região. Entretanto, dos quase R$ 300 milhões destinados à sua construção, cerca de R$ 124,2 milhões foram desembolsados apenas para criar ruínas abandonadas. Situada em Iranduba, a obra está largada desde 2015, transformando-se em um terreno propício para atividades criminosas e representando um símbolo do desperdício de dinheiro público.
Inicialmente planejada para ser concluída em 2015, a obra permanece completamente abandonada, sendo uma herança do ex-governador do Amazonas e atual senador Omar Aziz (PSD), que anunciou a proposta em julho de 2012, resultando apenas em despesas milionárias para os cofres públicos do Estado. O lançamento da Cidade Universitária da UEA ocorreu com grande pompa e alarde em um shopping, contando com uma maquete gigante e intensa propaganda, tudo isso em julho de 2012, sob a gestão do então governador Omar Aziz (PSD), hoje senador da República.
No entanto, logo em seguida, as obras foram interrompidas pelo seu sucessor, José Melo, apoiado incansavelmente por Omar Aziz durante sua campanha eleitoral. José Melo justificou a suspensão alegando falta de recursos para dar continuidade à construção da Cidade Universitária.
Em uma representação do Ministério Público de Contas do Estado do Amazonas (MPCAM) ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), datada de abril de 2018, são mencionados pagamentos no valor de R$ 124,2 milhões destinados a “projetos preliminares à execução dos serviços de engenharia”. O procurador do MPC, Carlos Alberto Souza de Almeida, destaca que esse montante equivale a quase 42% do valor total contratado, que ultrapassa os R$ 296,1 milhões.
Área para a criminalidade
Atualmente, além de ser um espaço abandonado, o local tem sido feito de desova de corpos e esconderijo para criminosos e agora como pista de pouso para traficantes.
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