Saiba quem é o empresário executado durante ataque do PCC em aeroporto
Brasil – O empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, de 38 anos, foi morto a tiros nesta sexta-feira (8) no Terminal 2 do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo. O ataque, ocorrido em meio à movimentação do aeroporto, deixou claro que a vida de Gritzbach estava sob constante ameaça desde que se tornou alvo do PCC (Primeiro Comando da Capital) após colaborar com investigações do Ministério Público de São Paulo (MPSP).
Quem era Antônio Vinicius Lopes Gritzbach?
Natural de São Paulo, Gritzbach era um empresário envolvido em diversos negócios, mas ganhou notoriedade nacional após ser implicado em um caso de delação premiada. Ele se tornou alvo do PCC após colaborar com o Ministério Público em investigações contra membros da facção. Sua colaboração incluiu informações sobre um duplo homicídio cometido em 2021, quando dois líderes do PCC foram mortos, e o envolvimento de um agente penitenciário na organização do crime.
Desde então, sua vida passou a ser marcada por ameaças constantes. Para se proteger, Gritzbach passou a andar acompanhado de seguranças e a adotar rotinas discretas, evitando locais públicos. Mesmo assim, no final de 2023, ele foi alvo de uma tentativa de assassinato em seu apartamento, no bairro Jardim Anália Franco, zona leste de São Paulo, onde disparos atingiram a sacada de sua residência.
O atentado desta sexta-feira, no entanto, foi fatal. Gritzbach estava no aeroporto acompanhado da namorada e de dois seguranças quando foi executado a tiros. Um dos seguranças também ficou ferido, assim como um funcionário do aeroporto que estava no local. As autoridades agora investigam se o ataque foi facilitado por um vazamento de informações sobre sua presença no aeroporto, já que o atentado teve características de uma ação planejada.
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A relação com o PCC e os riscos da delação
A delação premiada de Gritzbach foi um marco na luta contra o PCC, pois ele forneceu informações valiosas sobre o envolvimento de membros da facção em crimes, incluindo a execução dos líderes “Cara Preta” e “Sem Sangue”. Contudo, essa colaboração fez com que ele se tornasse um alvo dos criminosos, e a medida de proteção adotada pelo Estado, que incluía a prisão domiciliar e o uso de tornozeleira eletrônica, não foi suficiente para impedir sua morte.
Gritzbach havia sido libertado em junho de 2023, após cumprir parte de sua pena, mas continuava sob vigilância. Apesar de tentar retomar sua vida, ele nunca deixou de ser perseguido pela facção que ajudou a desmantelar.
A polícia de São Paulo agora investiga o caso e tenta determinar se a execução de Gritzbach foi planejada com base em informações vazadas. O caso levanta novamente questões sobre os riscos para aqueles que colaboram com a justiça em casos envolvendo facções criminosas, como o PCC, que continua a exercer grande poder sobre o crime organizado no Estado.
O assassinato de Gritzbach é um lembrete cruel de como, no Brasil, a violência do crime organizado ainda consegue atingir aqueles que tentam enfrentá-lo, independentemente das medidas de proteção adotadas.