Polícia diz que dono de mercadinho que levou tapa de PM’s estava vendendo drogas no Colônia Santo Antônio
Manaus – Um caso de possível abuso de autoridade envolvendo policiais militares foi registrado na noite de terça-feira (10), no bairro Colônia Santo Antônio, zona norte de Manaus. O proprietário de um mercadinho local denuncia que foi agredido com dois tapas no rosto por dois PMs durante uma abordagem, supostamente sem justificativa legal. No entanto, a Polícia Militar (PM) nega a alegação e afirma que o comerciante estaria envolvido em atividades ilícitas, incluindo o tráfico de drogas.
De acordo com o relato da vítima, o incidente ocorreu por volta das 21h30, quando a viatura 257226 do Comando de Policiamento (CPA) Norte fez a abordagem no local. Câmeras de segurança do mercadinho registraram a cena. No vídeo, é possível ver o comerciante sentado, e ao ser abordado, ele levanta as mãos para a cabeça, sem oferecer resistência. Apesar da postura calma, um dos policiais, segundo o comerciante, usou uma lanterninha para ofuscá-lo e, em seguida, os PMs o prenderam, agredindo-o com dois tapas no rosto.
Após a agressão, a vítima foi colocada em pé na porta do estabelecimento, enquanto os policiais realizaram uma revista no local. O comerciante afirma que, após o ocorrido, foi coagido a pagar R$ 3 mil para evitar que os policiais forjassem uma acusação de tráfico de drogas. Segundo ele, os PMs ameaçaram plantar entorpecentes em seu comércio caso ele não pagasse a quantia solicitada.
Versão da polícia
Porém, a versão da PM, divulgada em um boletim de ocorrência, diverge da denúncia. O relatório de ocorrência, assinado pela 18ª Companhia Interativa Comunitária (CICOM), afirma que os policiais estavam em patrulhamento de rotina na Rua da União, quando avistaram o comerciante em atitude suspeita. A PM alega que, ao perceber a presença policial, o homem demonstrou nervosismo e foi abordado. Durante a revista, foram encontradas 4 porções de substâncias entorpecentes, e o indivíduo, identificado como Eduardo Jordan Branches Barros, teria confessado que estava vendendo drogas no local.
De acordo com o relato policial, o comerciante ainda indicou um carro próximo onde estavam armazenadas mais substâncias ilícitas. Na diligência, a PM afirma ter encontrado 41 trouxinhas de suposta cocaína, 49 de oxi, 54 pinos de cocaína, 41 porções de skunk, além de uma balança de precisão, um celular e R$ 34 em espécie. O comerciante foi levado à Delegacia de Polícia para os procedimentos cabíveis.
O caso gerou grande repercussão nas redes sociais, dividindo opiniões sobre a conduta dos policiais. Enquanto a PM defende que a abordagem foi legítima e que o material apreendido é suficiente para justificar a prisão, a denúncia do comerciante aponta para um possível abuso de poder, um enquadramento indevido e um possível flagrante forjado. A situação ainda está sendo investigada e mais detalhes devem ser divulgados em breve.