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‘Não autorizamos o desligamento dos aparelhos’, dizem pais de Gustavo

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Manaus – Após a constatação da morte do adolescente Jorge Gustavo Silva dos Santos, de 12 anos, vítima de uma bala perdida, na noite desta segunda-feira (18), a família alega negligência médica e desligamento de aparelhos sem a autorização dos pais. A vítima estava internada no Hospital e Pronto-Socorro Infantil Joãozinho, na Zona Leste.

Os médicos falaram para a família que o menino teve morte cerebral e havia testado positivo para o novo Coronavírus (Covid-19). Entretanto, a família, abalada com a morte da criança, informou que Gustavo foi vítima de negligência médica.

“A médica fez o que ela quis. Todas as vezes que fomos ao hospital não tínhamos informações. Só me ligaram para ir até no dia que informaram a morte do meu filho. Estamos sem respostas, sem assistência. Só vi meu filho enrolado na maca. Foi negligência total. Não autorizamos o desligamento dos aparelhos”, disse o pai da criança, José Santos, emocionado.

Em nota, a Secretaria de Saúde do Amazonas (Susam) lamentou a morte do adolescente e informou que o protocolo de morte encefálica foi cumprido. Neste caso, conforme a secretaria, não há necessidade de autorização dos responsáveis.

Veja a nota na íntegra:

A Susam lamenta a morte do paciente e se solidariza com a família pela perda. A Susam está acompanhando o caso e ontem mesmo solicitou informações à direção da unidade sobre as circunstâncias do atendimento.

A direção do Hospital e Pronto-Socorro Infantil da Zona Leste informou que, na última terça-feira (12), o paciente chegou em estado gravíssimo e passou por uma cirurgia neurológica de três horas, devido a um ferimento de arma de fogo na cabeça que transfixou o crânio, com exteriorização de massa encefálica, sendo internado posteriormente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Na tarde desta segunda-feira (18) foi declarado o óbito pela equipe médica que acompanhava o paciente e o fechamento do protocolo de Morte Encefálica (morte cerebral), após a realização de exames e avaliações médicas que demonstraram ausência de atividade cerebral.

A direção informou que foi seguido o protocolo de Morte Encefálica, conforme o estabelecido pelo Ministério da Saúde. E que, durante os seis dias de internação, a criança foi acompanhada pela equipe multidisciplinar, formada por médicos especialistas, psicólogos e assistentes sociais. A médica responsável pela UTI informa que conversou com a família antes de encerrar o protocolo para Morte Encefálica.

O protocolo de ME é padrão com todos os passos informados pelo profissional, documento este que será avaliado pela gestão da Secretaria para caso de esclarecimentos sobre a conduta médica adotada.

Relembre o caso

Jorge Gustavo foi atingido durante um tiroteio que aconteceu rua 21 de Junho, no bairro Compensa, Zona Oeste de Manaus, no dia 12 deste mês. Conforme a polícia, no dia do crime, suspeitos em um veículo se aproximaram de um homem identificado como “Kevinho”, com intuito de executá-lo.

Durante a ação, foram efetuados vários tiros, sendo que um deles atingiu o adolescente – que havia acabado de sair de uma igreja.


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