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Milícia usa drones para monitorar a polícia e o tráfico

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Rio de Janeiro – As milícias estão usando drones para monitorar a polícia e quadrilhas inimigas. Ao menos dois equipamentos foram apreendidos durante operações para prender paramilitares nos últimos meses.

Um deles foi apreendido em maio durante a captura de Felipe Ferreira Carolino, o Zulu, apontado como integrante da maior milícia do Rio, a Liga da Justiça. Ele usava o drone para acompanhar a atividade policial, com a finalidade de obter informações sobre a chegada da polícia às comunidades que domina.

“Isso colocava em risco a vida dos agentes e frustra operações policiais de repressão às atividades, já que permite a fuga de criminosos antes mesmo da incursão policial”, aponta a investigação.

Ex-traficante de drogas, Zulu era o encarregado também pelo grupo de corromper agentes públicos de todas as esferas para facilitar os negócios da quadrilha.

Zulu atuava no tráfico nas favelas Rola e Antares, em Santa Cruz, na Zona Oeste da capital, tomadas pelos paramilitares, e ainda praticava alguns roubos na região. Acabou aceitando o convite para sair do tráfico e ingressar na milícia, tornando-se um dos principais braços armados da Liga da Justiça.

Ele vinha sendo preso desde 2004 e encontrava-se foragido do sistema carcerário desde 2017.

Outro drone foi apreendido em abril na ocasião da prisão de um PM e um ex-bombeiro acusados de pertencer à uma milícia que agia em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O equipamento serviria para monitorar traficantes com quem os paramilitares estavam em guerra, resultando em diversas mortes.

Os suspeitos eram investigados por um duplo homicídio e uma tentativa de homicídio, na comunidade do Pilar.

Pelas redes sociais, surgiu uma denúncia do uso de um drone por parte da milícia no ano passado durante um ataque para tomar o controle dos bairros Parque Paulista e Nova Campinas, em Duque de Caxias, em uma disputa também contra traficantes. Até uma foto do que seria o aparelho sobrevoando a área foi publicada no Facebook.

O tráfico também usava deste artifício para monitorar inimigos. O equipamento era usado pela quadrilha de Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão, que comanda a venda de drogas em Parada de Lucas, Vigário Geral e Cidade Alta, na Zona Norte da capital.


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