Jovens Yanomami são presos acusados de estuprar e matar mulher indígena Baré; veja vídeo
Amazonas – As forças de segurança do Amazonas realizaram, nesta terça-feira (7), a prisão de dois jovens indígenas Yanomami acusados de envolvimento no estupro coletivo e assassinato de Rosimar Santos de Oliveira, 45, indígena da etnia Baré. O crime chocante ocorreu em Barcelos, município no interior do estado, localizado a 399 quilômetros de Manaus.
Rosimar foi encontrada morta em um terreno próximo ao centro da cidade, no dia 3 de janeiro. Segundo as investigações, ela foi levada para um prédio abandonado onde teria sido violentada antes de ser assassinada. A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da 75ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Barcelos, coordenou a operação com apoio da Polícia Militar (PMAM), Guarda Civil Municipal (GCM) e da Força Nacional de Segurança Pública.
Entre os presos está Sirrico Aprueteri Yanomami, também conhecido como “Loirinho Yanomami”, identificado como um dos autores do crime. Sandoval Aprueteri Yanomami, vulgo “Curumim Maldoso” também foi detido por ajudar Sirrico e outros suspeitos a fugirem do local do crime.
Prisão e Operação
Os dois foram capturados na comunidade ribeirinha de Cumarú, localizada na região do médio Rio Negro, zona rural de Barcelos. Eles estavam em uma canoa de madeira equipada com motor rabeta, a cerca de 80 km do local onde o corpo de Rosimar foi encontrado.
As investigações apontam que outros dois indígenas Yanomami, também envolvidos no crime, estão foragidos e supostamente se deslocando para uma aldeia no rio Marari. As autoridades continuam as buscas e estão negociando a rendição dos fugitivos.
Repercussão na Comunidade Indígena
O caso gerou profunda comoção entre os povos indígenas do Rio Negro. A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) lamentou a morte de Rosimar, ressaltando seu papel como símbolo de luta e resistência para as mulheres indígenas. A entidade destacou a crescente vulnerabilidade das comunidades indígenas diante de crimes de violência na região.
A Polícia Civil informou que testemunhas já foram ouvidas e que as diligências continuam na busca por evidências e pela captura dos foragidos. A presença da Força Nacional na região visa reforçar a segurança e prevenir novos conflitos.
O assassinato brutal de Rosimar expõe as fragilidades na proteção das mulheres indígenas e a necessidade urgente de políticas públicas voltadas para combater a violência em regiões remotas da Amazônia. Enquanto as investigações avançam, o caso permanece como um símbolo da luta por justiça e da resistência das comunidades indígenas frente à violência sistêmica.