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FDN estaria comandando mortes de ‘irmãos’ da Compensa para culpar CV e criar ações contra rival

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Manaus – O suposto esquema da organização criminosa Família do Norte (FDN) vazou a partir de printes de conversas entre integrantes da facção em um grupo de WhatsApp intitulado “Só os crias FDN”. Agora os seis traficantes que participaram da trama estão com a cabeça a prêmio como mostram cartazes espalhados pela Compensa.

Eles foram identificados como André, Panda, Niltinho, Del e Pó Compacto, e são os mesmos que aparecem nas mensagens vazadas tramando os ataques na Compensa para culpar a facção Comando Vermelho (CV) pelas mortes e gerar uma ação das polícias contra a organização criminosa.

A suposta trama da FDN seria para enfraquecer o Comando Vermelho, que assumiu o domínio do tráfico de drogas no Amazonas e, como isso, abrir uma brecha para a retomada do bairro da Compensa, berço da facção amazonense mas que também foi tomado pelos rivais cariocas.

Morte do capitão

Entre os planos discutidos no grupo de whatsapp, os criminosos falam em matar um conhecido capitão da Polícia Militar (PM) que atua na Compensa e montar um cenário para a culpa recair sobre o CV. “Já rolou operação sobre isso, nós matando ele e jogando pros Cvcu a polícia vai cair matando em cima deles” [sic], aponta uma das mensagens enviadas pelo traficante “Panda”.

Assim que levantaram a ideia de matar o PM, um outro membro do grupo lembrou da operação “Contra-Ataque”, que resultou na morte da maior liderança do Comando Vermelho no Amazonas, o traficante Enilton Cordovil Coelho, de 36 anos, o “Roleta”, morto no interior do Sergipe, durante uma operação do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) após as primeiras ameaças de mortes contra policias que atuam na Compensa.

“Logo logo nós vai conseguir jogar todos os homicídios pros cvcu e vamos conseguir enfraquecer eles” diz uma das mensagens atribuídas a uma pessoa identificada na conversa como “Tile”.

Morte do menino Gustavo

Entre as mensagens trocadas, um nome citado chama atenção: “Gustavinho”. Trata-se do menino Jorge Gustavo Silva Santos, de apenas 12 anos, morto após ser atingido por uma bala perdida no dia 12 de maio, após um ataque.

O alvo do ataque era o traficante Daniel Lins, o “Costelinha”, que morreu. Mas que pelas mensagens vazadas do grupo da FDN, a ação deu errado e acabou resultando na morte do menino Gustavo. “André Fontes e ‘Olhão’ deram muito mole nessa missão meus irmãos mataram uma criança meus irmãos mesmo que a Compensa pense que foi ele, mas Deus sabe que foi nós meus irmãos[sic]”, afirma uma mensagem enviada por Niltinho.

Nas conversas, os criminosos ainda mandam dar um sumiço na pistola calibre 45utilizada na noite desse crime, pois vários estojos da munição utilizada no ataque ficaram no local. “(…) essa 45 aí ta queimada foi essa que o Fontes acertou a criança”, disse o traficante Tile na mensagem.

Cartazes de procurados

A morte do menino Gustavo revoltou moradores do bairro. Ao que tudo indica, foi por causa da morte dele que as mensagens com a trama da FDN vazou.

Inclusive, logo após a história ser descoberta, seis participantes da conversa vazada tiveram suas fotos estampadas em cartazes espalhados pela Compensa com o título de “Procura-se”.

FDN estaria comandando mortes de 'irmãos' da Compensa para culpar CV e criar ações policiais contra rival
O cartaz está espalhado por toda a Compensa – Divulgação

O cartaz traz o seguinte texto: “O Amazonas se revoltou com a morte do pequeno Gustavinho e a cobrança vai chegar. Compensa quer justiça”.

Notas

A reportagem entrou em contato com o capitão Carpegiane Andrade, citado nas mensagens. Ele afirmou que não tem medo dos bandidos e que a corporação está trabalhando para identificar e prender os criminosos.

“Não vou recuar. O trabalho continuará firme e forte. Trabalho pela população de bem e por minha família. Ameaças sempre existirão, faz parte da profissão. Vejo como um reconhecimento pelo meu trabalho na prevenção do crime. Se estou incomodando, então está tudo certo”, afirmou o oficial.

Já a Polícia Militar do Amazonas disse, em nota, que está apurando a veracidade das mensagens e que se coloca à disposição para demais informações.

Fonte Polícia 24h


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