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Lucro anual da Buerberry cai, e grife anuncia plano de redução de custos

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PARIS – Em mais um exemplo do efeito da crise no setor de luxo, a grife Burberry anunciou planos para economizar 100 milhões de libras (quase R$ 520 milhões) por ano, após registrar a segunda queda seguida nos ganhos anuais. A marca inglesa vem sentindo a queda da demanda pelas roupas luxuosas em mercados que vão de Nova York a Nanquim, na China.

A grife inglesa informou, nesta quarta-feira, que seu lucro ajustado antes de impostos caiu 10%, a 421 milhões de libras, atendendo as estimativas do mercado. A meta de redução de custos será alcançada em 2019, disse a empresa, acrescentando que os ganhos em 2017 devem ficar perto do mínimo das estimativas.

O mercado não recebeu muito bem os anúncios, e os papéis da Burberry, negociados em Londres, fecharam em queda de 2,52%. Segundo o jornal “Financial Times” (“FT”), o valor de mercado da companhia acumula queda de cerca de 38% nos últimos 12 meses.

Como parte do esforço do diretor executivo da grife, Christopher Bailey, para melhorar o desempenho da companhia, a Burberry disse que vai recomprar até 150 milhões de libras de ações, processo que vai começar este ano. A Burberry prometeu, ainda, melhorar sua produtividade, recorrendo à expansão on-line para alcançar este objetivo, de acordo com o “FT”.

Bailey tem estado sob pressão, com alguns analistas questionando se ele pode liderar de maneira efetiva, enquanto ocupa, ao mesmo tempo, o cargo de diretor criativo da grife. E o plano deve ajudar a aliviar as preocupações do mercado.

— Todas as atenções estavam no programa de produtividade — disse à Bloomberg Luca Solca, um analista da Exane BNP Paribas. — O programa de recompra de ações anunciado é positivo, bem como o comprometimento com uma política progerssiva de dividendos.

O PESO DE HONG KONG

A Burberry tem sido particularmente afetada pela queda da demanda em Hong Kong, já que a grife tem apenas um pequeno número de lojas no Japão — que tem sido o destino de compradores chineses, que têm procurado tirar vantagem da queda na cotação do iene.

As vendas nas lojas japonesas da empresa mais que dobraram no último ano, embora o país represente pouco mais de 2% das vendas gerais da Burberry.

Sobre o corte de custos, a grife explicou que metade da economia virá de mudanças na forma como a Burberry trabalha, reduzindo, assim, a complexidade, simplificando processos e eliminando a duplicação. Cerca de 20 milhões de libras de gastos serão cortados este ano, disse a companhia.

A expectativa da grife conhecida por seus casacos é que a demanda pelos produtos de luxo continue lenta, crescendo em uma média baixa de um dígito por ano.

“A maioria do crescimento do setor é esperada de vir de novos e já existentes consumidores chineses, em viagens e, cada vez mais, no mercado doméstico”, afirmou a Burberry.


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