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Fundos de ações lideram ganhos em março e no ano

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SÃO PAULO – O aumento da aposta de que o impeachment da presidente Dilma Rousseff irá acontecer turbinou os mercados em março e levou os fundos de índices de ações à liderança entre as principais aplicações disponíveis ao investidor. Essa carteira teve um ganho de 13,23% no mês até o dia 28, acompanhando o Ibovespa, que no mês disparou 16,97%, melhor alta mensal desde outubro de 2002. Em contrapartida, com os investidores mais interessados em investir no Brasil e o dólar perdendo força em escala global, os fundos cambiais tiveram perdas de 8,8% em março.

— A gente teve um mês bastante volátil e uma valorização importante do Ibovespa. Isso obviamente foi motivo por questões políticas. Os agentes do mercado veem com bons olhos uma troca de governo. A expectativa de que isso aconteça traz volume e pressão compradora — explicou Alexandre Wolwacz, diretor da Escola de Investimentos Leandro & Stormer.

Parte dessa pressão compradora de ações veio do exterior. O saldo de investidores estrangeiros na Bolsa em março era de R$ 7,679 bilhões até o dia 29 de março. Como eles trouxeram dólares para o país, isso ajudou a derrubar a cotação do dólar. Além disso, a moeda americana perde força em escala global com a sinalização de que o Federal Reserve (Fed, o bc americano) irá adotar uma postura de aumento gradual da taxa de juros nos Estados Unidos.

Na visão de analistas e investidores, um novo governo poderia adotar medidas que façam o país entrar na rota de crescimento. Mas apesar desse otimismo, é preciso cautela em relação aos investimentos em Bolsa e fundos de ações. Wolwacz lembra que o melhor momento para comprar um ativo de renda variável é quando os preços caem, e não após uma forte alta.

— Nos próximos movimentos de recuo das ações vai ter investidor esperando para tomar novas posições, ou seja, comprar. Mas vai ter troca de governo? Se tiver uma frustração nessa expectativa, vai ter um derretimento importante dos ativos — avaliou.

Os fundos de índice de ações ativo também lideram os ganhos no acumulado do ano, com alta de 12,36%, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Os dados dos rendimentos dos fundos consideram o desempenho até o dia 28 de março, o mais recente disponibilizado pela Anbima.

E da mesma forma que os fundos de ações lideram os ganhos no mês, os fundos cambiais têm o pior desempenho, ficando atrás mesmo até da tradicional caderneta de poupança, que no ano acumula um rendimento de 1,23%. Fundos cambiais e poupança são as duas categorias que tiveram desempenho inferior à inflação do período: 2,97% segundo o IGP-M do primeiro trimestre.

Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora, recomenda que, para abril, o investidor deve adotar uma postura de neutralidade. Embora a expectativa de impeachment permaneça no radar, mas sem a mesma força registrada em março.

— A expectativa do impeachment continua, mas o combustível está diminuindo. Acho que o mês de abril começa como mercado tentando achar um equilíbrio, então dá para esperar uma volatilidade menor — afirmou.

Confira os rendimentos em março:

Ibovespa: +16,97%

Fundos índice ações ativo*: +13,23%

Fundos ações livre*: +8,40%

Fundos renda fixa duração livre*: +1,24%

Fundos renda fixa duração baixa*: +1%

Poupança: +0,72%

Fundos multimercados livre*: +0,65%

Fundos cambiais*: -8,80%

Dólar comercial: -10,16%

IGP-M: +0,51%

Confira os rendimentos acumulados no ano:

Ibovespa: +15,47%

Fundos índice ações ativo*: +12,36%

Fundos ações livre*: +7,87%

Fundos renda fixa duração livre*: +3,72%

Fundos multimercados livre*: +3,39%

Fundos renda fixa duração baixa*: +3,09%

Poupança: +1,23%

Fundos cambiais*: -8,06%

Dólar comercial: -9,96%

IGP-M: +2,97%

*Acumulado no ano até 28 de março

Fontes: Anbima, Banco Central, BM&FBovespa, CMA e FGV


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