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Dólar perde força após STF adiar julgamento sobre nomeação de Lula

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RIO E SÃO PAULO – A pressão sobre o dólar comercial diminuiu após o Supremo Tribunal Federal (STF) adiar o julgamento na nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil. A moeda, que operava com alta em torno de 0,50%, perdeu força e agora perto da estabilidade. Às 16h04, a divisa tinha pequena variação negativa de 0,02% ante o real, cotada a R$ 3,526 na compra e a R$ 3,528 na venda, após atingir a máxima de R$ 3,568. Essa mudança de sinal também ocorreu na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que tem leve alta de 0,25%, aos 53.844 pontos, sustentada pelo desempenho das ações da Vale e Petrobras.

A máxima do dólar ocorreu pela manhã, após o Banco Central (BC) voltar a intervir no câmbio para evitar desvalorização mais intensa da divisa americana. No decorrer do pregão, a divisa foi perdendo força, em movimento que foi consolidado pela decisão do STF.

— O dólar segue o exterior e teve o efeito da intervenção do BC. Mas está subindo pouco. É um movimento fraco de alta e com pouco volume de negócios, devido ao feriado de quinta-feira — afirmou Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora.

No início da manhã de hoje, a autoridade monetária realizou leilão de 20 mil contratos de “swap cambial reverso”, operação que equivale à compra de dólares no mercado futuro. Assim, o BC enxugou US$ 992,4 milhões do mercado. Ontem, em sessão de maior otimismo no exterior e ausência de intervenções pelo BC, a moeda recuou 1,91% ante o real, fechando a R$ 3,529.

No exterior, a divisa opera em alta. O “dollar index”, calculado pela Bloomberg e que leva em conta o comportamento do dólar ante uma cesta de dez moeda, tem alta de 0,50%.

VALE SUSTENTA BOLSA

Na Bolsa, o desempenho das ações da Vale sustenta o Ibovespa próximo da estabilidade. A companhia é favorecida pelo comportamento do minério de ferro, que registrou nesta quarta sua terceira alta forte diária consecutiva. A tonelada do produto avançou 3,05%, a US$ 64,77, maior patamar em dez meses, com a recuperação da demanda da China pela commodity. Hoje, também influenciou a cotação o fato de a mineradora BHP ter previsto que a produção de suas minas na Austrália Ocidental ficará em 260 milhões de toneladas este ano, 4% menos que a previsão anterior.

As ações preferenciais (PNs) da mineradora sobem 6,18%, cotadas a R$ 16,82, e as ordinárias (ONs) têm alta de 7,57%, a R$ 22,01.

— Na Bolsa, o mercado está realizando um pouco de lucros depois de ontem. A parte econômica está meio que dada, então não vejo nenhum movimento de mudança de expectativas por causa dos dados de inflação e emprego divulgados hoje. O mercado está observando mesmo é a formação da equipe econômica de um eventual governo Temer — avaliou Ricardo Zeno, sócio-diretor da AZ Investimentos.

Entre as ações, pressionam para baixo o índice Ibovespa as ações dos bancos. O Banco do Brasil ON recua 0,45% (R$ 21,88), enquanto o Bradesco sobe 0,30% (R$ 26,20). O Itaú Unibanco PN tem baixa de 1,61% (R$ 32,35).

A Petrobras tem dia volátil, sendo influenciada pelo comportamento do petróleo, que há pouco registrava alta de 3,84%, a US$ 45,72 o barril do tipo Brent. A estatal recua agora 0,10% no papel PN, cotado a R$ 9,61, e os ONs sobem 0,88%, a R$ 12,47.

A taxa de desemprego no país aumentou mais uma vez e ficou em 10,2% no trimestre encerrado em fevereiro, segundo o IBGE. É o pior resultado da série iniciada em 2012 e levemente acima do que os analistas esperavam (10,1%). A população desocupada totalizou 10,4 milhões no período e cresceu mais de 40% em um ano. Já a prévia da inflação oficial do país, o IPCA-15, acelerou e veio acima do esperado, ficando em 0,51% em abril.


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